O ano de 2025 chegou ao fim e no último dia do ano cabe refletir sobre tudo o que passou. Nesse blog de quadrinhos mais uma vez eu trago a minha lista de melhores do ano. Bem que eu queria fazer um Top 10 mas as intercorrências entre fazer cursos de capacitação e me preparar para concursos me impediram de ler ainda mais obras que poderiam estar nessa lista. Cabe a explicação que faço anualmente para leitores que estão lendo a lista do blog pela primeira vez. Essa lista não tem nada de avaliação técnica sobre a edição mas ela é puramente emocional, baseada em como eu me senti durante a leitura. A ausência do quadrinho que você conhece e que deveria estar nessa lista tem uma explicação muito simples: eu não li! Compro poucos quadrinhos e essa lista é baseada nos melhores dentre eles. As minhas menções honrosas é uma lista de quadrinhos que foram lançados em anos anteriores mas que eu só vim ler esse ano. Agora sem mais vamos à lista:
Top 5
Em quinto: Freeman 3 O Grande Espetáculo - a continuação desse fumetti traz o problema do enredo procurar evitar o racismo direto na situação do protagonista em fuga, as pessoas que ele encontra pelo caminho são compreensíveis e qualquer desconfiança é provinda das possíveis consequências em encontrar quem provavelmente o persegue. Contudo os argumentos dessa obra me fascinam e o desenvolvimento da trama é bem conduzido.
Em quarto: Showa Uma História do Japão Volume 2 - o que eu estudei em História foi sobre o Brasil e a Europa naquilo que chamam de "História Geral". Por isso eu não sei nada sobre o continente africano e nem sobre os países do oriente. A obra mostra a complexidade da decisão do Japão ter se unido ao Eixo na Segunda Guerra Mundial. A leitura porém, só não é melhor devido a ter muitos momentos descritivos sobre a movimentação do exército e das várias figuras relevantes na época.
Em terceiro: A Saga do Flash 12 e 13 Corrida Contra o Tempo - o limite de espaço nos anos 90 para publicação de todo o material do universo DC fez com que muito quadrinhos não tivessem como ser publicados no Brasil. Esse é um excelente arco que ficou de fora. O que mais surpreende é que ele inicia de uma maneira tão ingênua que ninguém dá nada por ele. Foi justamente a maneira como ele foi desenvolvido que me pegou a ponto de gostar tanto da história.
Em segundo: Ultimate Pantera Negra 1 Guerra e Paz - o retorno (ou a introdução) do novo universo Ultimate da Marvel causou impacto positivo. Já que ele vem para responder a algumas pontas soltas que ficaram no Universo Marvel pós a recente Guerras Secretas como o fato do Miles Morales está no Universo 616. O Criador concebe uma outra realidade alternativa em que o Pantera Negra entra em conflito com o Cavaleiro da Lua e em torno disso há o embate entre o sul da África onde está localizada Wakanda com o seu norte lá no Egito do Cavaleiro da Lua. Além do poder político há uma diferença cultural nesse continente que é tão complexo.
A melhor leitura do ano foi: Mais Uma História Para o Velho Smith - lançado de maneira independente através de financiamento coletivo e com auxílio de produção através do PROAC, Orlandeli nos presenteia com essa obra e tem o reconhecimento de ter sido premiado com o Jabuti de Melhor Quadrinho esse ano. Essa obra me toca pela beleza da simplicidade do roteiro e arte que conseguem emocionar tanto gerando uma conexão não só com o personagem mas com as demais pessoas que se encontram na mesma condição do protagonista.
Eu não poderia encerrar o texto sem as menções honrosas, quer dizer, os quadrinhos lançados em anos anteriores mas que só chegaram as minhas mãos esse ano. Aqui não há uma ordem quanto a qualidade da obra.
Carolina - a obra traz uma biografia ampliada de Carolina Maria de Jesus, já que o seu best seller Quarto de Despejo já é autobiográfico, porém o quadrinho traz acontecimentos após a publicação do livro, um complemento necessário para conhecer sobre essa relevante autora da literatura brasileira.
Sabores Raros - essa é uma obra que mistura gastronomia com investigação e resulta numa surpresa que foge da narrativa ocidental e surpreende quem espera ler algo diferente assim como eu gosto. O roteirista Ram V sabe conduzir como ninguém essa narrativa.
Frantz Fanon - o apagamento desse psicólogo trouxe danos, já que a discussão sobre a diferença racial poderia enriquecer o debate e trazer elementos relevantes para a psicologia que se baseia quase que exclusivamente em referência de pessoas brancas. O livro é um debate entre três mentes relevantes. Além do protagonista estão presentes Simone de Beauvoir e Jean Paul Sartre. A visão negativa que o protagonista passa inicialmente é bem explicada na sua vida pessoal que é mostrada no desenvolvimento da obra. Vale a pena ler e degustar vagarosamente esse quadrinho.
A Diferença Invisível - no início desse século comecei a ler sobre autismo e na época mostrava a diferença quantitativa entre homens e mulheres. O fato é que o autismo feminino acaba sendo ainda mais difícil de notar porque há uma pressão social ainda maior para as mulheres disfarçarem as suas características, dando a impressão de que elas não possuem um comportamento neurodivergente. Essa é uma obra com elementos autobiogáficos que mostra bem como é ser uma mulher autista. Uma condição que hoje que está bem popular mais ainda é muito mal compreendida.
Pinguim a minissérie de Tom King e Rafael de Latorre - eu gosto muito do material que eu tenho do Tom King e acho que ele funciona muito bem quando ele faz minissérie e tem a liberdade editorial para o seu roteiro desafiador. Contudo em revista mensal que tem editores apontando um caminho a seguir e restringindo a sua liberdade criativa, ele não consegue atuar tão bem. Aqui os autores lidam muito bem com a dicotomia do Pinguim: um homem de aparência frágil mas que tem uma mente tão perigosa que tornou-se um dos mais perigosos vilões do Batman. Um quadrinho que surpreende e que prende do começo ao fim.
O ano de 2025 se foi e eu desejo que tudo o que houve de ruim nele fique por aqui e que 2026 traga experiências alegres e construtivas mais relevantes que as destrutivas.
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