9 Anos Depois

 


O ano de 2025 acabou ocorrendo decisões e acontecimentos que marcaram o ano. Houve agradecimento em tese, convite para apresentação de quadrinho, a decisão de parar de publicar no Instagram e no Facebook, até a revisão dos textos desde o início do blog. Para terminar, vou fazer breves comentários sobre os textos mais acessados esse ano. 

Eu já comentei em outros textos dessa coluna que o blog abriu portas para que eu conhecesse pessoas e com isso consegui fazer amigos. Para mim é gratificante que isso tenha levado a agradecimentos a mim na tese de doutorado do pesquisador Márcio dos Santos Rodrigues, em que a amizade trouxe momentos de diversão e aprendizagem. Eu considero que atitudes supostamente simples, além de demonstrar o reconhecimento da importância que a amizade, acaba imortalizando isso em uma produção tão relevante como uma tese de doutorado. 

Um outro destaque é o fato de eu ter sido convidado para escrever a apresentação de uma história em quadrinhos. Como o livro ainda não está publicado, eu não posso entrar em detalhes. O fato é que foi a primeira vez que eu escrevi uma apresentação e, para ser sincero, eu nem sabia o que dizer e se o texto ficou condizente com a proposta ou ficou com cara de resenha. O fato é, ainda que o texto não seja utilizado, o convite em si para mim é uma premiação. Isso pode soar como uma falsa humildade mas o fato é que eu não sou um reconhecido crítico de quadrinhos e nem mesmo um artista. Eu sou uma pessoa que lê alguns quadrinhos durante o ano há algumas décadas e decidiu escrever um blog para evitar ficar trocando farpas sobre opinião políticas nas redes sociais. 

2025 iniciou com a terrível cerimônia de posse do retorno de Donald Trump na presidência dos EUA. Foi um dia de imagens bizarras como o camarote de bilionários que doaram milhões para essa festa e a simbólica saudação nazista de Elon Musk. Infelizmente isso foi muito além de um gesto com a intenção de ofender pessoas progressistas. Isso simbolizou que essa é uma era em que os bilionários iriam defender enfaticamente uma ideologia em que a manutenção dos privilégios do rico homem heterossexual branco deve persistir e que a luta por igualdade é vista por eles como a perseguição a quem acumulou poderes econômicos, políticos e culturais para estabelecer o que é certo e errado, bonito e feio. Por isso, o dono da Meta Mark Zuckerberg decidiu mudar as regras de moderação no Facebook e Instagram na maneira deturpada que ele entende ser a liberdade de expressão.

Para ele, cabe apenas aos usuários moderarem por si mesmos as publicações carregadas de preconceito, já que a compreensão dessa criatura diz que moderar é assumir um lado político. Os diversos preconceitos colocam em risco de vida a vida de quem faz parte de minorias, que não necessariamente é numérica, mas conta com o menor número de pessoas em locais de poder. Assim o fato de historicamente essas pessoas serem perseguidas e terem como consequência no mínimo o prejuízo na sua autoestima e passarem por situações como não poderem assumir empregos, serem perseguidas, humilhadas, torturadas e mortas apenas pelo fato de serem quem são, sem nenhuma provocação anterior. Isso tudo é uma mera "visão política" e ele como bilionário pode ignorar os diversos dados estatísticos e científicos que mostram o quanto a disseminação de um discurso de ódio prejudica uma população marginalizada. 

As redes sociais é uma ferramenta que necessita que os seus usuários produzam conteúdo para lucrar milhões com isso. Por isso, eu não estava me sentindo bem em produzir conteúdo para uma rede social que abertamente debocha dos efeitos danosos que suas redes causam. Eu sei que a minha presença ou ausência não altera em nada, já que são os influenciadores, com seus milhares de seguidores que poderiam interferir nisso, caso parassem em conjunto de produzir conteúdo. A minha decisão é estritamente pessoal, não me sinto bem em produzir conteúdo para o Facebook e o Instagram e por isso parei. Quem quiser acompanhar as atualizações dos meus textos pode me seguir no Bluesky ou no Pixelfeld . Eu acho que a tendência é eu usar redes sociais cada vez menores à medidas que os bilionários as absorvem e impõem decisões desastrosas baseadas nas suas ideologias. 

Além disso, 2025 foi o ano em que eu adquiri o meu primeiro notebook e com ele está sendo possível realizar um desejo antigo: revisar os textos do blog desde o início e deixá-los o mais próximo possível de uma padronização. Isso fez com que eu relesse os textos do dois primeiros anos e sofresse bastante com isso. Os textos do primeiro ano são tão mal escritos que houve momentos que eu não pude melhorá-los por não entender o que eu queria dizer. Com isso, foi possível também rever como eu pensava há 9 anos sobre a construção dos textos. Eles eram um desabafo daqueles que a gente faz num caderno de anotações, sem crer na verdade que alguém iria ler. Além disso tinha a intenção de ser uma mera informação sobre uma parte específica da cronologia de um herói ou de um grupo de heróis. Porém eu saí espalhando links nas minhas redes sociais e em grupos que provavelmente alguém deve ter tido o desprazer de ter lido. Contudo até o final do primeiro ano eu notei uma melhoria da qualidade dos textos e já no final do segundo ano, a fórmula estava próxima ao que utilizo hoje. 

Os meus textos seguem uma forma e, por isso, é possível que alguém pense que eu uso alguma inteligência artificial. Eu aprendi que o leitor na internet para ser conquistado é nas três linhas iniciais. Por isso eu apresento logo ali o quadrinho. Até o final do primeiro parágrafo cito informações sobre data de publicação e informo quando foi publicado na primeira vez no Brasil, caso se trate de uma reedição. Além é claro de deixar claro quando o quadrinho foi premiado. Em seguida, falo sobre o roteiro e argumento e em seguida comento o que eu consigo dizer sobre os desenhos, já que tenho conhecimento limitado a respeito disso. Quando o quadrinho me faz refletir sobre algo pessoal ou algum assunto de viés político, aproveito pra explorar o meu pensamento a respeito daquilo. Por fim na conclusão deixo o meu veredicto e deixo a dica se a obra é pra leitor antigo ou iniciado, já que mantenho a ideia de querer me comunicar com quem nunca leu ou leu poucos quadrinhos na vida. 

 Finalmente chegou o momento de saber os textos mais acessados no ano e aqui vou enumerar em ordem crescente de visualizações os textos que ultrapassaram a marca de 1000. O quadrinho independente Orixás Em Guerra teve 1095 visus, Hulk Grand Design teve 1114 visus e foi o único de super-herói que atingiu essa marca, Sabores Raros da Editora parceira Devir, que ainda acredita no blog, teve 1194 visus e o texto mais acessado foi do quadrinho independente Vade Retro com 1207 visus. Para mim é gratificante quando eu tenho um texto de uma obra da Editora Devir como um dos mais acessados, até porque quando eu escrevo, não poupo crítica, ainda que seja de Editora parceira. Quando eu acho a leitura tão ruim a ponto de só ficar passando as páginas, eu apenas utilizo o texto de divulgação da Editora nas colunas Primeiras Impressões ou Voltando às Bancas. Se um texto da Devir entre os mais lidos me deixa satisfeito, é ainda mais gratificante ter entre quadrinhos independentes entre os textos mais acessados. Isso porque artistas geralmente possuem um recurso muito limitado para a própria divulgação e canais que não cobram para fazer divulgação são cruciais para informar o público sobre a obra. 

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