X-Men - X de Espadas

 


Esse é o primeiro crossover de fato entre as revistas mutantes dos X-Men na fase do Jonathan Hickman, anteriormente um título até interagia entre um outro mas nada como esse grande evento. A Editora Panini publicou todas as histórias na revista quinzenal dos X-Men números 22 a 26. Os mix das revistas trazem histórias de X de Espadas, X-Factor, Wolverine, X-Force, Carrascos, Satânicos, Novos Mutantes, Cable, Excalibur, X-Men, Estase, X de Espadas - Destruição.

Krakoa e Arakko eram territórios interligados, em um determinado momento, eles se separaram. Há poucos meses Arakko foi invadida por criaturas do exército sombrio que além de destruir esse território estava indo para o Extramundo, o centro de todas as realidades alternativas que é comandado por Saturnyne. Esses locais possuem portais de conexão com Krakoa que poderia a qualquer momento ser também invadida por esse poderoso exército. Assim o Conselho Silencioso se reúne com a intenção óbvia de fechar os portais, ideia que foi prontamente rejeitada com tom de ameaça pela ilha de Krakoa (sim, a ilha é viva!). Para piorar, o Conselho é informado naquele momento por Apocalipse que mutantes atravessaram o portal  X-Eterno, para o Extramundo juntamente com um representante de Arakko, foram eles: Bashee, que volta quase morto pra Krakoa e Urus que havia sido capturado. Apocalipse decide que vai atravessar o portal para resgatar o mutante com uma equipe, mesmo sem a apoio do Conselho, mal sabia o ex-vilão que entre o exército estava os seus filhos, os Cavaleiros do Apocalipse. 

A primeira missão mostra que batalhar no Extramundo é bem mais difícil do que parece, isso o diga o Apocalipse que quase não volta de lá vivo. Um outro que não teve a mesma sorte foi Pedreira, esse retornou mas sem manter suas memórias e nem a sua personalidade. As habilidades de ressurreição que os mutantes possuem em Krakoa não funcionam da mesma forma quando o mutante morre no Extramundo. Assim Polaris deixa o aviso: quer atravessar o portal pra impedir a entrada do exército em Krakoa, pegue sua espada e vá, agora se você morrer por lá não será ressuscitado, acabou mesmo! Saturnyne convoca 10 mutantes de Krakoa que irão enfrentar 10 criaturas de Arakko e cada uma delas ainda terá que buscar a própria espada para o duelo.

Roteiro - Jonathan Hickman, Tini Howard, Lean Williams, Benjamin Percy, Vita Ayala, Zeb Wells, Gerry Duggan, 

Desenhos - Pepe Laraz, Carlos Goméz, Viktor Bogdanovic, Matteo Lolli, Carmen Carnero, Phil Noto, o paulista Rod Reis, o paulista R. B. Silva, Mahmud Asrar, Leinil Francis Yu, Stefano Caselli, Joshua Cassara

Tradução - Mário Luiz C. Barroso

Esse é um crossover de 22 capítulos e que envolve 9 revistas mensais e 3 edições especiais. A história inicia com o Hickman colocando todos os detalhes possíveis de tudo que ele consegue lembrar dessa longa trajetória dos X-Men e que ele considera importante para o enredo. Se você respirar fundo, ignorar os excessos pode seguir viagem porque fica interessante. A sensação de satisfação se amplia quando a gente acompanha a trajetória de cada guerreiro para conseguir a sua espada, eu destaco o embate intelectual de Tempesta para conseguir se apossar de uma arma sagrada em Wakanda, a luta do Wolverine no Inferno e a tensão em preparar o Cifra para uma luta já que ele não é um lutador nato, ele é apenas um tratudor protegido por um transmorfo alienígena. 

Entretanto após a escolha dos guerreiros e suas armas o roteiro faz questão de derrubar o ânimo dos leitores. Em todo o momento, cria-se um clima tenso e com muita seriedade, passa ao leitor a sensação de perigo e urgência. Mas ao chegar em Arakko os capítulos se seguem com diálogos sobre trivialidades e nos combates o humor toma de conta, até os Satânicos que esperava-se ser uma carta na manga na narrativa foram desperdiçados. O alívio cômico costuma contribuir para a história desde que o leitor já perceba que isso vai ocorrer, diferente dessa história que inicia com um clima de urgência e catástrofe iminente.

Isso gerou em mim um desconforto. "Então os assassinos vis que estão prestes a destruir a Terra são enfrentados com essas situações ridículas?". Quem dera fosse essa a pior parte! Após várias batalhas, a última que deveria ser a mais dramática resolveu apresentar-se como um clichê tão previsível que eu realmente não acreditei que aquilo estava acontecendo. Depois disso vem uma conclusão que foi engolida pela minha decepção, que estava tão alta que eu nem me importava mais. 

A Marvel tomou uma péssima decisão de criar um universo que seria mostrado em 9 revistas mensais (isso durante o X de Espadas!) A impressão que eu tive é que a história foi encomendada pra ser contada em mais de 700 páginas, por isso não tem como não ser uma história cheia de barrigas. Para piorar ela passa ao leitor que os autores só sabiam como a história iria se iniciar e tiveram que improvisar qualquer coisa para que coubesse no número de páginas contratadas. São decisões como essa que cansa o leitor, todo o entusiasmo que um dia senti com as séries iniciais, simplesmente desapareceu. Potências de X e Dinastia X foram um excelente início, daí seguiu-se o arco Aurora de X que é enorme e que pouca coisa poderia se aproveitar dali. Para mim, esse crossover é que seria o ponto chave entre a redenção e a decepção. A decepção veio com tanta intensidade que eu vou parar por aqui e não seguirei lendo essa fase dos mutantes. Eu detesto iniciar e não finalizar uma coleção mas nesse caso realmente não dá mais. 

X de Espadas é um crossover que empolga em seu enredo e que nos conquista ao mostrar a trajetória de cada mutante escolhido para o conflito. Contudo é quando o conflito se inicia que a decepção se apossa do leitor, uma sensação que vai crescendo a cada batalha entre os mutantes e os guerreiros de Arakko até chegar ao ápice da revolta com um último conflito digno da história mais previsível que você puder imaginar. Esse crossover trouxe em mim uma sensação tão desagradável que eu perdi a esperança de continuar acompanhando essa fase dos X-Men. Se o roteiro decepciona, o mesmo não posso dizer dos diversos desenhistas que tem um estilo muito diferente entre uma história e outra e procuram ficar longe do traço padronizado das histórias de herói. 

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