Hulk - A Escada em Espiral

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 Esse é o arco que encerra a participação do roteirista Paul Jenkins na revista do Hulk. Bruce Banner está nos momentos finais da doença chamada Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), por isso é preciso encontrar alguma maneira para sobreviver nem que para isso ele tenha que contar com a contribuição de um antigo inimigo. Esse arco foi publicado nas três primeiras edições de Hulk & Demolidor publicado pela Editora Panini entre fevereiro e abril de 2003. 

Além do já mencionado Jenkins que faz os argumentos, Sean McKeever faz os roteiros e contribui com os argumentos desse arco. A história tem um enredo impactante pela ousadia da sua proposta, ainda que traga pouca novidade. Quem acompanhou a fase do Hulk do roteirista Peter David, sabe que o Líder é quem tem a tecnologia mais refinada para trazer alguém da morte. Assim seria inclusive mais fácil para ele apenas prolongar uma vida que vinha definhando como no caso do Banner, o problema é que, até esse arco, acreditava-se que ele estava morto. 

O Líder entretanto invade a mente de Banner e o induz a ir ao ponto do deserto onde ele se encontrava. Lá ele se mostra como uma carcaça que havia sido composta através de insetos que foram cobertos com o seu sangue gama após a explosão da sua base em Liberdade e que juntaram uns poucos pedaços dele que se regeneraram numa forma abjeta. Ao encontrar com o Gigante de Jade, ele revela que um capacete desenvolvido por ele poderia reverter a situação celular de Banner e, em troca, ele exigia apenas que o cientista o acompanhasse na transformação daquela carcaça em um ser de pura energia. 

Um dos problemas do desenvolvimento dessa trama é o tempo, já que tudo acontece em apenas três edições e portanto havia menos de 100 páginas para mostrar além de soluções fáceis para a cura da ELA, desenvolver o retorno do Líder e inserir uma situação em que o pai de Bruce Banner seja indiretamente responsável pela sua cura, já que foram as células dele que o curou a partir das ajuda do Senhor Fantástico e do Homem Formiga. O fato é que o argumento decepciona e a gente só tem várias sensações de déjà vu: mais um retorno do Líder, novamente um super-herói em miniatura cura uma doença ao entrar no corpo de alguém, além de um drama forçado de querer ampliar a dor do protagonista. A satisfação vem do belo trabalho do paraense Joe Benett, que traz um belo resultado principalmente nos momentos mais impactantes como o medonho aspecto do Líder. 

Hulk A Escada em Espiral é uma ótima história por saber como manter a curiosidade na leitura ao saber como conduzir os diferentes acontecimentos. Porém as soluções apresentadas são mal trabalhadas e tudo parece ser muito simples e rápido, além disso o apelo a situação familiar de Bruce Banner não trouxe emoção alguma e, apesar de fazer sentido, não gerou o impacto esperado. O melhor dessa fase foi o alerta sobre a doença Esclerose Lateral Amiotrófica, ainda que tenha sido utilizada mais como citação do que ter mostrado a sua evolução no personagem. 

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