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Este arco ocorre pouco tempo após o falecimento de Betty Banner, quando Bruce ainda estava abalado com esse acontecimento. Porém o exército, na figura do General Ryker desenvolveram armas que podem estar à altura do Incrível Hulk. O maior desafio para o monstro entretanto pode estar dentro do próprio corpo. Isso porque ele está sofrendo de um mal chamado Esclerose Lateral Amiotrófica que indica que o levará a morte. Por isso, na sua mente, ele lida com as diversas manifestações de Hulks que já apareceram para negociar um acordo de que cada um deles se manifestem por vez. Esse arco foi publicado pela primeira vez no mix da revista Paladinos Marvel números 1 a 7 entre janeiro e julho de 2002. A Editora Salvat a republicou em novembro de 2014 na edição número 4 da sua coleção Heróis Mais Poderosos da Marvel.
O roteirista Paul Jenkins adentra-se no maior clichê das histórias do Hulk que é a perseguição sem motivo algum pelo exército, associados a isso, há a sua narrativa simples e direta. Porém nem tudo é um desagradável mais do mesmo. Uma das surpresas que essa leitura traz é a mudança da compreensão da versão do Hulk chamada Doutor Banner, que aqui passa a chamar-se apenas de o professor. Quando Peter David criou essa versão do Gigante Esmeralda, ela aparecia como a definitiva do Hulk: o monstro com a inteligência do Bruce Banner. Porém Jenkins trás um detalhe interessante: o excesso de auto-confiança e auto-estima de quem deveria ser um homem com uma personalidade tão traumatizada. É bem verdade que ele insere elementos que não tem relação com o personagem como uma possível indiferença as pessoas que Banner ama.
Para tentar fugir do habitual, o roteirista traz mistérios em torno do General Ryker associando com a história dos EUA e tornando-o como uma pessoa muito cruel mas que possui autoridade no alto comando do Estado. Isso fez com que ele realizasse experimentos com os raios gama, primeiro com os cachorros e em seguida com o humano que viria a tornar-se o vilão Flux. Assim para ficar ainda mais próximo de Banner, o autor resolve trazer um vilão com problemas com a mãe, similar aos de Banner com seu pai. Um detalhe que foi tão mal trabalhado que poderia ter ficado de fora.
É interessante notar elementos dessa história que foram aproveitados no filme do Hulk de Ang Lee. Logo na primeira parte, o Hulk foi atacado por cachorros modificados por raios gama, algo bem explorado no filme. Um outro aspecto utilizado é a transformação do vilão Flux. Como uma pessoa que tem as suas células modificadas pelos raios gama, é de supor que o crescimento delas não ocorresse de maneira uniforme, mas que aquilo acontecesse em etapas sucessivas e desordenadas como aparece aqui. Isso foi um destaque interessante do desenho de Ron Garney que em geral não teve outros destaques e que nem filme foi aplicado na transformação do Hulk.
Hulk Os Cães de Guerra é uma ótima história já que a narrativa, apesar de ser simples e com um enredo clichê, consegue prender a leitura. A reviravolta mais interessante foi o fato do General Ross salvar a vida do Hulk. Contudo tirando o fato de ser uma história utilizada como referência pro filme de Ang Lee, acaba sendo bem esquecível, exceto pelo fato de trazer uma visão diferente na versão do Hulk chamada de "professor". Devido a história trazer muitas referências da cronologia, ela não é indicada para novos leitores.
Destaque da obra:
- a versão "professor Hulk" ganha status de mais uma variante do Hulk, até então ela era vista como Bruce Banner no corpo do monstro.
Leia também:
Hulk - a morte de Betty Banner
Hulk - o mistério da ressurreição do General Ross
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