Contagem Regressiva para Crise Infinita

 


Oráculo um dia foi a Batgirl mas, após levar um tiro na espinha pelo Coringa, resolveu tornar-se uma hacker que passou a orientar os heróis. Ela descobriu que milhões haviam sido desviados da Kord Ominiversal, uma empresa do Besouro Azul. O herói vai investigar o que estava ocorrendo e encontra um computador da agência de espionagem do governo chamada Xeque-Mate que contém um programa com a identidade secreta dos maiores heróis do planeta e citando o nome dos seus familiares. Essa é um tipo de trama que parte de algo menor como um furto e passeia por consequências que vão afetar diversos locais do Universo DC. Ela saiu num encadernado em edição única que foi publicado pela Editora Panini em 2006. 

A história passa após os eventos de Crise de Identidade e faz referências a algumas situações que ocorreram lá tais como a decisão de Batman fazer algo com relação a Liga da Justiça ter decidido apagar a sua memória e os vilões terem se unido em reação a lobotomia que a equipe causou no Doutor Luz. 

Os roteiristas Geoff Johns, Greg Rucka e Judd Winnick quiseram fazer uma história que apresentasse várias pontas sobre acontecimentos posteriores mas que tinha um enredo próprio. O Besouro Azul é o protagonista narrador que, mesmo percebendo que a sua investigação o estava colocando numa situação de perigo além do que ele poderia resolver, decidiu desvendar o mistério. Isso faz com que o personagem ganhe uma trama que valorizou a sua inteligência e tirasse aquela visão de alívio cômico que o tornou conhecido nas histórias da Liga da Justiça dos anos 90. 



Assim a história consegue fazer articulação entre os diversos heróis, planetas distantes e o mundo da magia e ainda convencer o leitor de que toda essa mistura faz sentido. A história conclui com um final surpreendente e que atiça a curiosidade para os eventos que viriam em seguida nas mini-séries que vieram antes da saga Crise Infinita.

Os desenhos são de Rags Morales, o cearense Ed Benes, Jesus Saiz, Ivan Reis e Phil Jimenez ainda que cada um tenha um estilo próprio, a arte dessa mini-série não sofreu grandes variações. Com um traço bem detalhado e focando bem na expressão emocional dos personagens, a arte consegue dar o tom dramático e impactante que a história exige, me chamou a atenção o ar obscuro com que Jesus Saiz ilustrou a sua história e conseguiu dar o tom que mais me agradou. 

A edição traz como extras explicações de vários acontecimentos recentes ao quadrinho mas que nem tanta relevância para a trama, apresenta a ficha do Superman, Batman e Mulher-Maravilha para novos leitores e traz o enredo das mini-séries que foram publicadas posteriormente no mix da mini-série em seis partes também intitulada Contagem Regressiva para Crise Infinita.

Contagem Regressiva para Crise Infinita é uma mini-série encadernada numa edição especial que ao mesmo tempo em que apresenta uma trama própria, consegue deixar pontas soltas diversas do universo DC sem se perder na narrativa. Uma ótima história que faz uma homenagem ao Besouro Azul e que estimula o leitor a buscar saber sobre o que ocorre depois daqui. A história é recomendada para pessoas que leram Crise de Identidade e estavam ambientados com o Universo DC da época. 

ATENÇÃO SPOILERS APÓS A IMAGEM


Destaque da obra:

- Maxwell Lord apresentado como vilão.

- Morte do Besouro Azul.


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