Alien versus Predador

 

 


Os anos 80 produziu muitos clássicos para o cinema, dentre as ficções científicas que tinha o seu pé no terror houve Predador e Alien. Por isso, em 1999 quando eu vi na banca o gibi Alien versus Predador, não tinha como não despertar o meu interesse quando duas franquias do cinema se encontraram numa história em quadrinhos. A Editora Mythos publicou na época em duas edições mensais simples de capa mole, papel jornal, como era o comum da época, o gibi que orihinalmente foi publicado pela Dark Horse Comics nos EUA.

 Na trama o trambiqueiro Li Yet Sen foi expulso da sua vila por ter assassinado acidentalmente pessoas com os elixires que ele vendia, vagando pelo deserto, ele viu uma nave espacial caindo. A nave de predadores garantiu a ele um meio de prolongar a sua vida e tecnologia suficiente para que ele abrisse uma empresa milionária. 

O japonês Li Yet agora um milionário que explora ciência e tecnologia da nave que ele encontrou, pesquisa sobre os ovos de Alien presentes na nave. Ainda que os ovos precisem de corpos humanos para se desenvolver, o empresário parece não se importar em colocar em risco a vida dos seus funcionários para descobrir detalhes sobre os estranhos ovos. Contudo há detalhes que Li Yet não tem como saber, como o fato da nave ser de uma raça de Predadores que a monitora e os ovos darem a luz a Aliens, ambas raças assassinas. 

Quando eu li esse quadrinho, eu tinha entre 18 e 19 anos e fiquei frustrado por querer que o foco fossem os alienígenas.O roteirista britânico Ian Edginton contudo não estava disposto a escrever o óbvio só para agradar um garoto como eu que queria uma mistura do melhor dos dois filmes. 


 

Boa parte da história é narrada pelo ponto de vista da jornalista Rebecca McBride, que presenciou o massacre no país africano chamado Ghamíbia (aqui no Brasil chamamos de Gâmbia, não entendi o porquê do tradutor não ter utilizado esse nome) e vai ao Japão para investigar quem é Gideon Sunh Lee, o dono da empresa que fabricou as armas responsáveis pelo massacre na Ghamíbia, na verdade o empresário é o mesmo Li Yet Sen. Uma boa parte do quadrinho é ambientado em Gâmbia mas se fosse no Saara ou no Nordeste brasileiro daria no mesmo. Isso porquê o país serve apenas pra expressar que é um local quente e por isso é atraente para os Predadores, não há nenhuma pesquisa a respeito das características físicas ou da população do país, enfim é uma narrativa de uma branca que vai salvar o mundo do vilão oriental, nesse aspecto, é uma típica narrativa européia colonizadora.

O quadrinho tem a intenção de focar nos humanos ao invés das raças alienígenas. Esse é um estilo bem típico dos britânicos que utilizam do título do gibi apenas como um cenário para produzir uma história diferente em cima disso. Portanto as cenas de enfrentamento entre Aliens e Predadores são poucas mas isso não tira o mérito da história que é ótima, ao comparar a mesquinhez humana com a frieza dos alienígenas. Ainda que esse enredo não seja nada autêntico, a história é bem conduzida e garante a diversão. 

O desenhista bulgaro Alex Maleev tem um ótimo traço, bem realista e expressivo. Eu não gosto muito quando ele faz a sequência de luta porque eu achei ali a narrativa confusa. Contudo o traço harmoniza bem com o estilo de escrita de Edginton, em sua maior parte. 

Aliens versus Predador é uma ótima história que trata como pessoas lidam com a tecnologia dos Predadores em meio ao conflito entre as duas raças. Se você leitor não conhece os filmes, eu recomendo que assista antes de ler essa história, já que há detalhes importantes que são compreensíveis para aqueles que assistiram algum dos filmes dos personagens. Dito isso, ainda que o foco do quadrinho não seja o confito entre os alienígenas, a história é bem envolvente. 

 


Leia também da Mythos Editora:





Comentários