Orixás Ikú - a personificação da morte em quadrinhos de Alex Mir e outros artistas


A morte é a ideia mais temida da humanidade e dela foi originada diversas histórias, crenças e religiões afim de mostrar que é possível superá-la. O roteirista paulista Alex Mir no seu quinto livro sobre a adaptação de entidades de religiões de matriz africana traz Ikú, a personificação da morte. A série Orixás é uma bem sucedida história em quadrinhos que ganhou o Prêmio Hq Mix por dois anos seguidos 2018 e 2019 na categoria Melhor Publicação Independente de Grupo.

Ikú foi incubido por Olodunmaré (Deus supremo) a recolher os humanos que chegaram ao fim da vida, a sua tarefa se limitava a isso, não cabia a Ikú definir quem viveria ou morreria e muito menos se envolver-se com os humanos. Contudo, estar tão próximo a seres complexos quantos os humanos acaba gerando uma relação de empatia e fica cada vez mais difícil manter as regras de não interferência.


O gibi é dividido em 3 prólogos breves, 3 capítulos e um epílogo. O capítulo 1 traz a história inicial do orixá, no capítulo 2 um grande quebra-pau entre entidades, no capítulo 3 a conclusão e o epílogo fecha algumas ponta soltas que havia na história. Assim Orixás Iku traz uma história completa de um excelente roteiro. Alex Mir trabalha bem a narrativa e sabe utilizar o foco dramático de maneira crescente até finalizar com simplicidade e coerência.

Os desenhos são do paulistano Alex Rodrigues, do paulista Jefferson Costa (vencedor do Prêmio Jabuti 2019 na categoria História em Quadrinhos por Jeremias Pele), o fluminense Marcel Bartholo, o paulista Will e o paulistano Caio Majado e contou com as cores do paulista Al Stefano e do português Omar Vinole. Os desenhos traz estilos bem variados passando do cartunesco estilo de Will, a arte detalhada de Alex Rodrigues até a linda arte pintada de Marcel Bartholo cada estilo indo ao encontro da proposta narrativa.

Orixás Ikú é uma excelente história em quadrinho fruto de uma pesquisa bibliográfica e um roteiro que a adaptou feito por Alex Mir. A série Orixás é marcada por trazer vários desenhistas em cada edição e nessa a seleção esteve a altura que a obra merece. Para quem está acompanhando as edições anteriores, a participação de outros orixás é uma grata surpresa e não interfere na compreensão dos novos leitores. O gibi é uma leitura diverdida que acrescenta informações para quem busca informação sobre a cultura negra de uma maneira leve.


Ficha técnica:
Data da publicação - dezembro de 2019
Editora - independente
Número de páginas - 76 páginas
Páginas coloridas/ capa cartão lombada quadrada/ formato comics
Preço - 30,00 compre aqui

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