Superman - As Cores do Sangue

Essa é uma história do Superman contra o vilão chamado Sanguinário. Sanguinário é um dos adeptos da "supremacia branca" que odeia negros, asiáticos e hispânicos. No seu uniforme, ele possui um circuito capaz de transportar armas de lugares distantes até ele.

Essa edição foi publicada nos EUA na revista Action Comics 704 em 1994 e aqui no Brasil na revista Super-Homem 144 em 1996. O vilão faz de alvo todas as pessoas não brancas e utiliza como estratégia armas apontadas em várias direções num bairro negro. Durante a história, ele utiliza de vários bordões racistas como "limpeza étnica", ele afirma que a casa abrigo ajuda a "reinfestar a cidade" e refere-se aos negros como "criolo". 

Essa história é escrita por David Micheline. O autor mostra a irracionalidade desse pensamento em que o vilão faz várias vítimas apenas pela cor da pele, inclusive pessoas brancas que vivem no bairro. O Sanguinário é um terrorista que utiliza no seu uniforme uma enorme cruz cristã. Assim como os terroristas islâmicos que deturpam os ensinamentos da sua religião para matar pessoas, os racistas deturpam os ensinamentos cristãos para humilhar, agredir e matar pessoas.

Na trama, ainda que o Superman seja muito rápido, armas atiradas em direções diferentes o impossibilita de salvar a todos. Coube portanto ao jornalista negro Ron Troupe, utilizando de suas habilidades de escrita, encontrar o local onde o Sanguinário guardava as armas para destruí-las, deixando o visão inútil para enfrentar o Superman.

Os quadrinhos como manifestação artística também são utilizados para passar ideias construtivas e, de forma sutil, mostrar o quanto o racismo é desprezível e perigoso. O irônico é a utilização de quem prega a supremacia branca de um símbolo cristão. Jesus Cristo além de pregar a igualdade entre todos as pessoas e abominar violência e o preconceito, era um asiático nascido em Israel, certamente de branco apenas as pinturas europeias renascentistas. Se ele estivesse pregando entre as pessoas atualmente ele seria uma vítima dos racistas que utilizam de maneira deturpada a Bíblia e o crucifixo.

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