Sam Wilson é oficialmente o Capitão América e Misty Knight concede a ele uma missão: interceptar um trem que leva nas intocas componente do soro do supersoldado. Porém quando o Capitão chega lá com o Falcão (o mexicano Joaquin Torres) só encontra imigrantes mexicanos. Assim a dupla se divide: enquanto Falcão vai escoltar e investigar como os imigrantes foram parar no trem, o Capitão América vai atrás da dica de um dos terroristas que tentaram lhe matar e acaba indo para a Latvéria. Esse arco foi publicado de fevereiro a maio de 2023 na revista Avante Vingadores pela Editora Panini.
O roteirista Tochi Onyebuchi constrói o seu roteiro através de mistério e investigações que levam a outros mistérios. Porém o que eu destaco na sua narrativa é o fato de estar disponível a inserir discretamente uma discussão mais complexa. A trama mostra que nos EUA há o movimento Wakanda para Sempre que, descontente com a maneira preconceituosa como os negros são tratados, se propõe a migrar para Wakanda. Daí vem algumas perguntas: Caberão todos os negros estadunidenses em Wakanda? O país quer receber essas pessoas? Se a opção é deixar os EUA, para que ter um Capitão América negro? Esse último questionamento é feito pelo próprio Sam Wilson. Essas questões podem ser deslocadas para o mundo real cujas pessoas idealizam uma África mas há pouco contato com os países do continente e as suas características sociais. O fato é que nesse arco, as respostas para essas perguntas são bem mais complexas do que se imagina.
Um outro destaque no roteiro é o fato de utilizar bem o Deadpool numa participação breve, personagem que costuma mais atrapalhar do que acrescentar algo narrativamente. Aliás o roteirista insere bem o protagonista no Universo Marvel tanto na utilização de heróis quanto de vilões, algo bem típico em vários momentos dos quadrinhos do personagem. Além disso o título do arco versa por essa compreensão do que seria pátria e a divergência trazida por esse conceito quando pessoas de mesma cor e de países diferentes possuem uma compreensão diferente desse conceito.
Os desenhos digitais do paulista R. B. Silva e o mineiro Zé Carlos se destacam pelas cenas dramáticas que faz com que várias das páginas possam ser utilizadas como pôster. É um estilo interessante que funciona bem para quadrinhos de heróis.
Capitão América Pátria é um ótimo arco que tem como destaque tratar indiretamente da complexidade da questão racial nos EUA. Além disso o roteiro trabalha bem a situação de mistério e deixa ganchos necessários para cativar o leitor a permanecer lendo essa fase. Esse é um quadrinho que consegue agradar tanto aos leitores mais experientes quanto ao leitor novato que acompanhou a série Falcão e o Soldado Invernal.
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