Após a queda de um deus que em pouco tempo perderia a vida, gera o espanto que é complementado pela estranheza de um céu avermelhado. Em todos os países, pessoas começaram a agir de forma estranha e isso tem a ver com o fato de que deuses de Apokolips estavam na Terra e fizeram dela seu lar de acordo com a visão deturpada de Darkside. Para piorar, essa influência abjeta influenciou inclusive a Tropa dos Lanternas Verdes com a dominação de uma Lanterna Alfa, seres da Tropa que chefiam os Lanternas. Contudo desgraça pouca é bobagem, um vírus é disseminado por todo o planeta e a ativação dele se dá por aparelhos eletrônicos que repetem continuamente a equação antivida deixando as pessoas violentas. O cenário de destruição tem a intenção de mostrar que a Terra está se tornando Apokolips. Essa mini-série em sete partes foi publicada pela Panini Comics entre 2009 e 2010.
Inicialmente a hq é cheia de cortes de situações diferentes sem nenhuma introdução, conforme a gente vai se adentrando na leitura, é possível se situar com os acontecimentos. Isso até quando vai indo para os capítulos finais, aí entender o que está acontecendo é um verdadeiro desafio. O roteirista Grant Morrison supõe que o leitor tenha acompanhado várias das revistas DC lançadas na época e cabe ao leitor fazer todas as pontes dos acontecimentos. Inicialmente isso gera um mal estar mas a tendência é que essa sensação só aumente e a gente chegue no capítulo final catando o pouco do que é possível compreender.
Essa mini-série foi fruto de muita expectativa que a editora gerou principalmente por utilizar o termo "Final" no título. Eu acho pobre histórias que exigem a leitura de outras sem fazer nem sequer uma referência ao leitor como ocorreu em vários momentos. É bem verdade que Crise Final foi publicada com a mini-série Crise Final edição especial para complementar a leitura, contudo há uma exigência da leitura de gibis como Os Sete Soldados da Vitória. Eu levei anos pra saber que ele foi utilizado como essencial pra fazer uma leitura prévia.
Contudo nem só de narrativa problemática é composto esse gibi. A história traz um enredo ousado e consegue passar o clima de inevitável derrota ao leitor. A maneira como a equação antivida age no cérebro das pessoas parece ter previsto a nossa realidade dos anos 20, quando as pessoas são alimentadas pelo ódio através dos seus aparelhos eletrônicos e a fácil aceitação de ideias que apenas prejudicam a elas mesmas como a perda de direitos ou da democracia, as fazem abrir mão dos próprios desejos para idolatrar um líder ditador.
Os desenhos de J. G. Jones são excelentes e com relação ao aspecto narrativo das imagens a equipe criativa acertou. É preciso ver os detalhes dos quadrinhos para entender o que está acontecendo entre um e outro. Como exemplo: em um determinado momento aparece a Supergirl bem centralizada e bem ao fundo algo pequeno deslocando lembrando um meteoro, no quadro seguinte a heroína é arrastada pela Mary Marvel que era aquele pequeno meteoro do quadro anterior. Cenas como essa tem em vários momentos e isso engrandece o gibi. O traço de Jones é ótimo e destaco as cenas de impacto que pegam a página inteira ou páginas duplas. O desenhista contou com a colaboração de Carlos Pacheco, Jesús Merino, Marcos Rudy, Doug Mahnke, Christian Amamy.
Crise Final é uma mini série com um enredo ousado mas que tem uma narrativa bem problemática por depender demais da leitura de várias outras histórias, dificultando a vida do leitor. A história traz como enredo um desafio enorme e uma solução com um deus ex machina que decepciona. Apesar dos ótimos desenhos, esse não é um quadrinho que eu recomendo pra leitores experientes e muito menos para novos leitores. É um tipo de aquisição pra colecionador que é fascinado pela cronologia da DC e acaba tendo que ler material como esse de qualidade duvidosa.
SPOILERS APÓS A IMAGEM
Destaques da obra:
- Morte de Órion, Ajax,
- Retorno do Flash Barry Allen
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