O Planeta dos Condenados

 


ESSE TEXTO CONTÉM SPOILERS

Após o assassinato do Flash Bart Allen e alguns outros acontecimentos o General Flagg e Amanda Waller decidem dar uma solução definitiva aos supervilões: mandá-los a um planeta desconhecido e com vida onde eles terão que se virar para a sua sobrevivência. Essa mini-série em duas partes foi publicada em 2009 pela Editora Panini. Nesse planeta prisão, Lex Luthor se auto-proclama líder e conta com a resistência do Coringa. Assim os vilões se dividem em duas equipes e escolhem um dos dois como o líder. 

O Esquadrão Suicida se encarrega de aprisionar os vilões, em seguida eles são juntados em grupos para serem enviados através de um Tubo de Explosão. Porém há algumas surpresas no meio do caminho: Bane e o Pistoleiro que fazem parte do Esquadrão Suicida são enviados como vilões sem nenhuma advertência. Aliás todo o processo ocorre sem nenhuma lei ou julgamento. Contudo em meio ao grupo há um herói disfarçado, Ajax assumiu a forma do falecido vilão Arrasa Quarteirão. 

O enredo parte de uma premissa básica: encontrar uma solução simples e final para aquilo que está errado no mundo. O que me chama a atenção na leitura é o fato dos vilões encontrar uma solução humanizada para os seus problemas após se encontrarem numa situação desumana imposta pelos heróis. Ao encontrar os dois membros do Esquadrão Suicida, Luthor parte em sua defesa e propõe que o passado seja esquecido e somente a vida no planeta prisão seja considerada. Há uma inversão moral da situação. 

O fato é que soluções fáceis e definitivas para a criminalidade costumam ser utilizadas para fins escusos, foi assim que o nazismo se popularizou e encontrou apoio ou indiferença mesmo após tanta atrocidade. O ódio que levou a concepção do planeta prisão foi manipulando por Dessad, o servo de Darkside, para unir ainda mais os vilões contra os heróis. O ódio que é um sentimento originário do medo é muito fácil de ser manipulado. Assim, encontra-se ali razões para burlar leis, um caminho perfeito para se fazer o que quiser. Essa é uma fórmula da ficção mas que pode ser aplicada em várias sociedades independentes da época. 


Os roteiristas Bill Willingham e Mattew Sturges trazem uma história bem redondinha que não tem intenção nenhuma de fazer toda essa reflexão de problemas sociais que eu divaguei. Os quadrinhos de herói tem apenas a intenção de explorar ideias e mostrar uma arena na qual tanto nos fascina sejam nos esportes quanto nas artes. Por falar em arena, um grande momento do gibi é quando Luthor e Coringa resolvem no braço as suas diferenças. 

Os desenhos são de Sean Chen e contou com a participação do paraense Joe Bennett. O traço de Chen é muito estático e sem motivo algum ele adora fazer personagens com a boca aberta, estando ele falando ou não. O Coringa da história é mais inteligente, ainda que a intenção fosse fazer um contraponto entre a sua característica emocional com o aspecto racional de Luthor. O palhaço do crime é desenhado com uma feição abobalhada. O único momento em que os desenhos realmente me atrairam na história foi quando Joe Bennett desenha uma das cinco partes. 

O Planeta dos Condenados é uma mini-série que é fruto dos acontecimentos da máxi-série Contagem Regressiva mas que com uma pequena pesquisa sobre o enredo, é possível que qualquer leitor consiga entender a proposta. Apesar dos desenhos chamarem pouca atenção, a história é divertida e bem executada. 


Leia também:

Contagem Regressiva - a máxi-série que antecede a Crise Final

52 - As Semanas que Redefiniram o Universo DC

Crise Infinita - o retorno definitivo do multiverso na DC

Guerra Rann/Thanagar - Contagem Regressiva para Crise Infinita

Vilões Unidos - Contagem Regressiva para Crise Infinita

Comentários