Crise Infinita - o retorno definitivo do multiverso na DC

 


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O mundo encontra sem confiar nos seus maiores heróis. Após o Superman perder o controle da sua mente, a Mulher-Maravilha matou Maxwell Lord com as próprias mãos para poder livertar o Homem de Aço, tendo toda a ação filmada; para piorar o supercomputador que o Batman havia programado para monitorar os heróis passou a comandar um exército de seres biossintéticos chamados OMACs. Diversas situações trágicas ocorriam ao mesmo tempo como a dissolução da Liga da Justiça, o Espectro passando a agir de maneira insana e uma iminente guerra entre os diversos planetas do universo. Contudo tudo isso era um plano arquitetado há muito tempo e os seus detalhes ficaram comhecidos nessa mini-série publicada pela Panini entre 2006 e 2007. 

Quando a Crise nas Infinitas Terras chegou ao seu fim, alguns seres viveram fora da nova Terra, num micro universo eram eles: Superman e Lois Lane da Terra 2, Superboy da Terra Primordial e Alexandre Luthor. Lá eles acompanharam todos os acontecimentos dessa única Terra. Com o passar dos anos, eles foram acumulando decepções com os heróis da Terra e decidiram intervir ao ver a Liga da Justiça apagar a memória do Batman, a Mulher-Maravilha matando, um Lanterna Verde enlouquecido e muitos outras situações decepcionantes.

Eles haviam perdido o próprio planeta para que um novo fosse criado e os heróis pareciam a todo o momento macular a própria imagem. Assim eles articularam um plano para criar uma nova Terra em que estivessem lá as pessoas que eles conheciam com os valores que deveriam ser os de um herói. Esses personagens se viam como o modelo moral a ser seguido e os seus valores deveriam guiar o novo planeta e os atuais heróis terem a sua existência apagadas.

O roteirista Geoff Johns inicia a história de uma forma confusa. Antes dessa série ser publicada a DC lançou diversos gibis que serviram como um prelúdio para esse e a consequência deles pôde ser vista nas primeiras edições de Crise Infinita. Contudo foram uma série de cenas jogadas que mudavam constantemente. O roteirista utiliza a metáfora do vidro quebrado e acaba passando a sensação de uma imagem inacabada e incompreensível, o que foi uma péssima escolha para a narrativa. A hq se divide em sete partes e três delas é apenas uma bagunça que fica inserindo pedaços de diversas histórias. 

Quando chega na quarta parte, a cena clichê da explicação do vilão consegue esclarecer muito da importância das diversas séries que antecedeu essa história. Nesse momento é que a história passa a ficar interessante mas percebemos que esperar chegar ao meio da história para torná-la interessante é uma péssima decisão para guiar a narrativa. 


É perceptível que a DC forçou a barra lançando diversas histórias de prelúdio. De tempos em tempos a editora lança uma mega saga para fazer com que todas as suas revistas tenha um novo ponto de partida em comum para atrair novos leitores. Porém aqui fica escancarada que a editora abriu mão da qualidade do enredo para vender o máximo de revistas que podia.

O enredo é carregado de cenas de impacto e mortes desnecessárias. A imagem do Bane quebrando a coluna de um herói qualquer simboliza bem esse fato. É uma pena que o plano de Johns para a trama foi bem elaborado mas a condução e a forma que ele precisou inserir os diversos subenredos só atrapalhou. A saga é um grande motivo para que o leitor compraase várias revistas e se sentisse frustrado com essa. 

Para fazer os desenhos foram chamados diversos desenhistas para prestar uma geande homenagem a Crise nas Infinitas Terras mas que acabou fazendo da história um mosaico de estilos diversos, uma bagunça equivalente ao enredo, ainda que fossem os melhores desenhistas da editora. Phil Jimenez é o desemhista principal e contou com a participação de George Pérez, Ivan Reis, Jerry Ordway.

A história deixa como legado entre diversas mortes que aconteceram a rodo, a do Superboy Conner Kent (o clone do Superman), que foi a mais marcante. Além disso a DC consolida o retorno do multiverso que já havia aparecido numa história do Superman mas aqui ela assume definitivamente o status quo. 

Crise Infinita é uma mini-série que traz um início de enredo que exige que o leitor tenha lido as diversas histórias prelúdio para o evento. Contudo o gibi demontra o quanto a maioria dela é descartável e traz um enredo próprio mal aproveitado. A hq optou por uma escolha ruim para a sua narrativa, não explorando como devia a execução do plano dos vilões que é o melhor da história. Em vez disso, preferiu por trazer várias cenas de impacto e quadros únicos com personagem se enfrentando aleatoriamente. Apesar disso a história consegue ser dirverdida apesar de frustrar as grandes expectativas que ela gerou. 



Destaque da obra:

- morte do Superboy Conner Kent

- consolidação do retorno ao multiverso


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