Uma discussão em torno de como é o cuidado dos quadrinhos em livrarias me fez perceber que o que eu vi numa cidade, repete-se em várias outras. Os quadrinhos estão dispostos em locais sem nenhuma nomenclatura e bem próximo ao chão, lá misturam-se obras voltadas para crianças quanto para adultos. Em algumas delas, a bagunça que clientes fazem permanecem por meses, levando a amassos e pequenos rasgos de um material que dificilmente será adquirido naquele estado.
Se você não é uma pessoa que não conhece quadrinhos e é dono ou frequenta livrarias, saiba que quadrinhos existem para as diversas faixas etárias e os mais diversos públicos. Portanto, deixar próximo ao chão quadrinhos vai possibilitar que crianças tenham acesso ao conteúdo que está ali e é irônico mas os donos de livrarias ainda não perceberam que quadrinhos contém imagens. É preciso que saibam que quadrinhos feito para adultos pode conter imagens eróticas, de sexo explicito, além de uma alta dose de violência.
Além disso, clientes adultos irão ter dificuldade em procurar quadrinhos que estão próximo ao chão. Eu fico procurando banquetas que nem sempre estão disponíveis e fico com dores nas costas do esforço que tenho que fazer para procurar as obras menos conhecidas. Além disso, não em muitas livrarias não há nenhuma placa indicando que ali há quadrinhos ou há apenas no setor que vende quadrinhos de herói. Não tenham vergonha em vender quadrinhos, sinalizam a seção assim como são sinalizadas as demais.
O cliente nesses lugares tem um interesse maior em comprar do que a livraria em vender, valores bem invertidos! Por isso eu deixo a minha dica: livrarias contratem leitores de quadrinhos para cuidar das seções especializadas para esse público. Não é aquela pessoa que leu cinco quadrinhos do Homem-Aranha mas aquela pessoa que demonstra conhecimento nos mais diferentes estilos e gosta muito de ler quadrinhos.
Você lembra quando existiam as extintas videolocadoras. Certamente você lembrará que as melhores eram aquelas cujos funcionários conheciam sobre cinemas e davam dicas muitas vezes baseado nos seus gostos. Alugar um filme era uma oportunidade de conversar com alguém sobre cinema. As extintas lojas de CDs de música mantinham um público fiel quando os funcionários conheciam sobre artistas e estilos musicais além de saberem sobre os lançamentos. Por que não pode ser assim com quadrinhos? Lembrando que vivemos o mesmo risco das livrarias serem algo em extinção assim como os exemplos citados.
Livrarias conheçam o seu público! Aquela pessoa que acabou de sair do filme dos Vingadores e vai comprar algo que dificilmente lerá por completo é um público que dificilmente irá retornar. É necessário ter produtos para essas pessoas. Porém bem melhor que isso é formar um público assíduo e isso o cartão fidelidade não é suficiente. O colecionador de quadrinhos não compra nada que esteja amassado e nem mesmo ondulado. Além disso, encontrar alguém que entenda sobre quadrinhos é tão inusitado para o colecionador que isso tende a conquista-lo.
É preciso que as livrarias vejam a foto acima com o mesmo nó no estômago que os colecionadores vêem. Na seleção de funcionários, coloquem como critérios pra quem irá tomar conta dos quadrinhos que seja um leitor e vou ser até atrevido: permita que esse funcionário leia as obras lá nos momentos que não há clientes. É bom pra loja que os vendedores conheçam seus produtos já que para o dono da livraria esse conhecimento é difícil frente a enorme demanda que existe ali.
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