Ser um super-herói é colocar a sua vida diariamente para salvar outras pessoas. Contudo quando se enfrenta supervilões, o embate traz outras consequências como destruições, explosões e queimaduras, o que pode afetar inocentes que não têm nada a ver com a luta em si. Wally West agora foi acionado na justiça a responder pelas sequelas deixadas em uma das vítimas do seu enfrentamento com supervilões, além da lei, o herói vai ter que lidar com a consciência de ter permitido isso acontecer, algo que ele não vai esquecer até porque a imprensa vai cobrar dele essa responsabilidade. Esse encadernado publicado em maio de 2024 pela Editora Panini conta com cinco histórias inéditas e a última delas foi publicada pela primeira vez em Os Novos Titãs 122 em maio de 1996 pela Editora Abril.
Essa fase do Flash já estava ficando desinteressante até que o roteirista Mark Waid resolveu adicionar um elemento de realidade nas suas histórias. Sempre que eu vejo em filmes de super-heróis, alguém destruindo um carro qualquer no meio da rua, eu me pergunto como vai ficar o prejuízo do proprietário do veículo. Esse encadernado trata sobre esse assunto mas mostra que as consequências do heroísmo podem ser ainda mais dramática. Na trama, uma mulher que estava próximo a batalha teve grave sequelas em seu corpo quando supostamente o Flash deveria ter colocado a vida dela como prioridade assim como qualquer outra vítima. Esse é um tipo de argumento irrefutável já que isso é o grande motivador de quem se propõe a ser um herói.
Essa acusação coloca mais um Flash em julgamento. Anos antes, Barry Allen também protagonizou uma história em que ele foi a julgamento, um arco longo que levou a perda de leitores e quase cancelou a sua revista na época. Agora Wally West leva mais uma vez a identidade do Flash aos tribunais numa história interessante pelos argumentos apontados. Após esse arco, ainda nesse encadernado, Wally busca incrementar os seus poderes e nesse momento é mencionado pela primeira vez a Força de Aceleração, conceito criado pelo Waid mas que continuou sendo aproveitado por outros roteiristas a ponto de ser uma marca do personagem, tanto é que esse conceito também foi utilizado na série de atores vivos mais recente.
Os desenhos desse encadernado foram feito em grande parte por Mike Wieringo. Em comparação às histórias do encadernado anterior houve uma melhorada e parece que o desenhista conseguiu encontrar o tom que ele queria. Contudo ainda não me ganhou o suficiente e eu prefiro o estilo com mais detalhes de Kris Renkewitz que desenha apenas uma história, ainda que esse artista demonstre carregar bem o tom dramático da expressão dos personagens, ajudou bem na história centrada no julgamento do Flash.
A Saga do Flash 7 é um excelente encadernado cujas histórias são inéditas no Brasil (com exceção de uma). Por isso se você não está lendo por possuir os quadrinhos da Editora Abril lançadas nos anos 90, vale muito a pena ler essa. É muito bom poder ver como um super-herói pode se colocar numa situação em que seus poderes não podem ser úteis e inclusive lidar com as consequências do uso deles.
Destaque da obra:
- a Força de Aceleração é mencionada pela primeira vez.
Leia também:
A Saga do Flash 6 - De Volta à Ativa
A Saga do Flash 5 - Wally West? Não, Michael Edwards!
A Saga do Flash 4 - O Golpe Final!
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