Sam Wilson é o Capitão América e recentemente salvou Ian Rogers que se autodenomina como Nômade e é filho do também Capitão América Steve Rogers. Inclusive esse foi recentemente foi traído por seu velho amigo Bucky Barnes, o Soldado Invernal. Ao descobrir que havia uma rede de família da máfia que controla os Estados Unidos, o Soldado Invernal descobre que ele foi manipulado para ser uma arma deles desde a Segunda Guerra Mundial. Bucky, ao investigar a fundo essa organização chamada Círculo Externo aceita assumir uma das lideranças e resolve sequestrar o filho de Steve e mandá-lo para a Dimensão Z. Steve resolve pedir ajuda de Sam e agora os Capitães América estão unidos para recuperar Ian e destruir o Círculo Externo. Esse crossover foi publicado nas edições 16 e 17 da revista Avante Vingadores da Editora Panini em dezembro de 2023 e janeiro de 2024.
Esse crossover é a conclusão das revistas dos Capitães América que tinha uma proposta diferente uma da outra: enquanto Sam Wilson tinha que lidar com algumas sutilezas das questões raciais, Steve Rogers estava envolvido numa trama de espionagem que remetia a sua origem. Pelo fato de ambos os enredos estarem bem conduzidos que gerou uma expectativa de que a conclusão estaria à altura. Ledo engano!
Os roteiristas Jackson Lanzing, Collins Kelly e Tochi Onyebuchi não conseguiram explorar o melhor da sua narrativa com cada Capitão separado e acabaram criando uma história tão óbvia que eles mesmos inserem uma piada autocrítica no argumento. O enredo brinca tanto com o numeral dois que parece que foi o Duas Caras quem escreveu: os dois Capitães América e as suas namoradas Sharon Carter e Misty Knight, que são sub-aproveitadas na trama, se juntam contra duas ameaças o Soldado Invernal que se uniu ao Lobo Branco. O pior é que esse negócio de par de festa junina não pára por aí... Quando a gente se aprofunda na leitura nem acredita que os autores vão se aprofundar tanto na obviedade mas isso é exatamente o que acontece! Isso faz com que a leitura que começa até divertida passe a deixar de ser interessante a ponto de eu perder o interesse no desfecho. O final é útil apenas para entender o status quo para as histórias posteriores do Sam Wilson e do Steve Rogers.
Os desenhos são do paranaense Carlos Magno, o paulista R. B. Silva e a ucraniana Alina Erofeeva. Todos eles possuem um estilo realista que dão uma seriedade cinematográfica ao arco. Dentre os estilos de cada um deles, foi o maneira como a Erofeeva se expressa que me chama mais a atenção seja pelos quadros que consomem toda a página com uma bela cena, seja pelos efeitos que ela propõe na ambientação, seja pela expressão facial dos seus personagens ou pela sequência de movimento durante as lutas. Tudo isso traz uma seriedade a trama que o roteiro não consegue acompanhar. Esse é uma das obras que vale mais a pena ser olhada do que lida.
Capitães América Guerra Fria é um crossover que decepciona seja por não estar à altura da expectativa gerada em se propor a concluir as histórias que vinham sendo desenvolvidas nas revistas dos dois personagens ou seja por abusar dos clichês tornando o desenvolvimento tão óbvio que a gente chega a duvidar que está vendo aquilo mesmo. Uma leitura que inicia divertida mas que ao final a gente nem se importa mais. Para você que acompanha os Capitães América aqui e acolá, vale mais a pena ler uma resenha com spoilers.
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