ESSE TEXTO CONTÉM SPOILERS
Hulk e Thor se enfrentam mais uma vez num enredo esquisito e cabe a mim tentar explicar isso nesse texto pra poder dizer a minha opinião. O corpo do Hulk é só uma carcaça cheia de maquinário e armas conectada a ele. A mente se divide em duas dimensões, uma mais externa controlada por Banner, que gerência o que ele chama de "nave" ou o corpo do monstro, lá ele controla as ações e a voz desse veículo. A dimensão mais interna da mente é quem fornece a energia necessária pra dar força a "nave". Essa força vem de desafios que o monstro enfrenta no inconsciente e cuja fúria se transforma em energia, assim quanto maior o desafio que o monstro enfrenta no inconsciente, mais força ele gera pra "nave". Por outro lado, Thor agora é o rei de Asgard e além de todas essas responsabilidades que esse título traz, ele acaba de ver o seu pai Odin morrer e o seu martelo Mjolnir feito em pedaços (de novo!). Para solucionar isso, os pedaços são reajustados e o espírito de Odin passa a estar dentro do martelo e se comunica com Thor. Em meio a toda a sua vida conturbada, Thor descobre que 17 pessoas morreram num bar em consequência dos atos de Hulk e vai atrás dele pra prendê-lo. Com isso, as peças do jogo estão no tabuleiro ... Esse crossover foi publicado pela Editora Panini nas revistas mensais Avante Vingadores 5, 6 e 7 e Vingadores 47 e 48 entre janeiro e março de 2023.
É preciso ter uma certa disposição pra ler o roteiro de Donny Cates, que contou no final com a contribuição de Daniel Warren Johnson. Isso porque se você quiser uma lógica de ficção científica, não vai encontrar aqui. Esse é o tipo de quadrinho que você simplesmente aceita o que está ali e se deixa levar pela fantasia. Esse é um arco de luta de colossos, cujo embate é tão grandioso que leva a destruição do planeta onde ele ocorre. Aliás é nós diversos elementos exagerados que busca-se prender o leitor. Ainda que a violência extrema já define que não é uma história para crianças, por outro lado a luta em si toca no tipo de narrativas que nos prendia quando pré-adolescentes, a luta pela luta, uma situação com pouca explicação mas que traz cenas monumentais pra impressionar o leitor.
Mas até aí Hulk e Thor já se enfrentaram no tapa tantas vezes, qual é o diferencial? Nessa história é revelado que Hulk tem novos poderes, a radiação gama irradiada pela criatura passa a contaminar pessoas que ficam furiosas e com força gama. A gente descobre isso quando Odin passa a conhecer o que ocorreu realmente no bar e procura evitar que Thor utilize de toda a sua fúria contra o Bruce Banner que é inocente no massacre. Uma tentativa inútil do espírito Odin, já que o Homem de Ferro criou uma armadura Caça-Hulk mais poderosa a partir do corpo de um Celestial. O resultado da interferência do Homem de Ferro é um Hulk que energiza o Thor com raios gama, hulkficando-o enquanto Mjolnir que, ao se unir ao Hulk, o torna um deus. Agora a luta se dá pela troca dos poderes dos dois, o que deixa a situação inusitada.
Os desenhos são de Martin Coccolo com um estilo detalhado mas com um certo tom cartunesco durante as lutas, que causou um efeito interessante para as situações exageradas que o roteiro exigiu. O que me incomodou na arte foram as cores de Matt Wilson na primeira parte, para todo um clima de guerra presente já nas primeiras páginas, a intensidade das cores não combinou, ainda que o planeta inicial tivesse um quê de psicodelia, o resultado me incomodou. Felizmente as cores melhoraram a partir da segunda parte.
Banner de Guerra é um ótimo crossover feito pra quem está disposto a deixar de lado detalhes coerentes no roteiro por um quebra pau épico. Por isso essa é uma história divertida e esquecível exceto por algumas cenas. Por exemplo, você pode até não se lembrar mais de tudo o que ocorreu nos filmes dos Vingadores mas certamente lembra do efeito de ver o Homem de Ferro com a armadura Caça-Hulk, isso resume bem a sensação de ler esse quadrinho. Apesar da história ocorrer dentro de fases específicas na cronologia dos personagens, é possível ler essa história de forma isolada pela forma como os detalhes dessa fase foram contados ao leitor. Uma história que remete a proposta dos anos 60 e 70 em quando não havia enredos rebuscados e só a luta importava nas histórias de heróis.
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Avante Vingadores 5 , Vingadores 47 , Avante Vingadores 6 , Vingadores 48 , Avante Vingadores 7
Destaque da obra:
A ponte do arco-íris é destruída novamente agora pelo Thor
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