Na mini-série Guerras Infinitas Gamora, conhecida como a filha de Thanos, decaptou o Titã Louco. Assim, nessa história a personagem conta como se deu a sua relação com ele desde a sua adolescência. Gamora nasceu no pacifista planeta Zen-Whoberi, para evitar que os habitantes viessem a cultuar Magus, o vilão decidiu exterminar a sua população, porém Morte se apiedou de Gamora que foi resgatada pelo assassino e passou a morar no Santuário Zero, nave gigante de Thanos onde vivia o seu exército de mercenários. Esse encadernado foi publicado pela Editora Panini em julho de 2020.
A roteirista Tini Howard tem em mãos um desafio: contar uma história de origem que justifique um ser impiedoso como Thanos ter criado uma pessoa que assumiu um status de filha. Esse é um desafio ousado e a autora não correspondeu a expectativa. Isso porque a história é cheia de brechas em que a gente vai lendo e não se convencendo. Ainda que a história tenha se dado há algumas décadas, Thanos já era um assassino temido pelo universo mas que, nessas histórias, os seus subalternos estão sempre a questionar as suas ordens sobre pra quê invadir o planteta ou porquê matar alguém. Uma atitude que contraria a outros momentos em que eles têm medo de aborrecê-lo. Eu me fiz outras indagações com relação a Gamora. Por que a Morte quis que ela permanecesse viva? Como uma adolescente de um planeta pacifista se transforma em poucas semanas numa assassina fria a serviço do monstro que dizimou seu povo? Por que Thanos se afeiçoou a ela?
Parte dessas dúvidas tem a pretensão de ser respondidas no decorrer da trama, porém a autora não tem uma boa habilidade narrativa, ignorando muitos pontos importantes e desenvolvendo detalhes desnecessários que só deixa a leitura cansativa.
Os desenhos são do argentino Ariel Olivetti que possui uma arte digital que vai ao encontro do ritmo morno e sem graça do roteiro.
Thanos Santuário Zero é uma história decepcionante tanto pela narrativa quanto pelos buracos no roteiro que a mesma deixa. O fato é que essa é uma história de origem da Gamora e para quem gosta de saber detalhes do universo de Thanos ou dos Guardiões da Galáxia, acaba sendo uma leitura relevante até porque abre a possibilidade de ela ser citada em outras histórias. Uma outra péssima escolha foi a capa da edição brasileira que ignora a principal personagem da história: Gamora. Pra piorar, a capa ainda coloca como um grande mistério a imagem de Magus sendo que a sua presença nem tem a pretensão de ser uma surpresa. Em suma, se você não tiver muito interessado na origem da filha de Thanos, não vale a pena a leitura.
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Guerra Infinita - a segunda parte da Trilogia do Infinito dos anos 90
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