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Antes de sair da Terra, Kal-El pede a Dick Grayson que observe seu filho na sua ausência. Isso vai ocorrer quando um grupo de seres superpoderos que faz parte de uma organização chamada Ascenção acaba de matar um ex-Titã e agora os filhos dos Melhores do Mundo precisam unir forças pra desvendar esse crime, ainda que Jonathan Kent esteja bem abalado com uma tragédia recente em Metrópolis. Esse é um crossover que foi publicado em Superman 11 e 12 (69 e 70) nos meses de dezembro de 2022 e janeiro de 2023 pela Editora Panini.
O roteirista Tom Taylor atualmente escreve os roteiros dos dois personagens e por isso é comum entre os roteiristas criar crossovers aparentemente inusitados mas que na verdade são pragmáticos. A fase de Taylor em Superman traz uma sequência de acontecimentos de maneira tão apressada que comprometeu a qualidade narrativa. Com esse arco, parece que ele já têm os elementos principais já montados e acaba trazendo finalmente uma história realmente interessante com uma trama sendo trabalhada no tempo certo.
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Dick Grayson age como um tutor e o Superman, ao assumir o título de Guardião de Metrópolis, demonstra ter sido jogado numa situação cuja responsabilidade vai muito além do que a sua maturidade possa lidar. Nesse momento, os argumentos ficam interessantes e de destaca positivamente em comparação a todas as demais histórias escritas por Tom Taylor para Superman. Como agora o roteiro pode ser trabalhado com mais vagar, o roteiro pode mostrar que a trama não se dá por um duelo de superpoderes mas por uma construção de narrativas. A estratégia da Ascenção é voltar a opinião pública contra Jonathan Kent manipulando imagens para que ele pareça uma ameaça, para desvendar esses boatos, o jornal virtual A Verdade conta com colaboradores anônimos que procuram mostrar os fatos como são mas carecem de credibilidade.
Se o roteiro já me atrai, os desenhos então encantam! Bruno Redondo além de dar um ar de seriedade com os detalhes do seu traço, consegue como poucos mostrar que Asa Noturna traz consigo a sua origem acrobata. O traço é cheio de movimento e Redondo deixa claro a beleza e a complexidade deles, as capas das duas edições já são uma amostra sutil do que ele explora em detalhes no miolo.
Os Melhores Filhos do Mundo é um ótimo crossover que consegue elevar uma sequência de tramas sem emoção da fase de Tom Taylor pro Superman. Aqui além de um traço espetacular, ele conseguiu explorar bem aspectos essenciais dos dois personagens e aproveitou para tirar o antagonismo óbvio da luta com superpoderes e, em vez disso, vinculou a luta de narrativas conectando a realidade atual com a fantasia dos quadrinhos.
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