Hulk - Esmagonauta

 


O Gigante de Jade agora está dividido em três: um corpo oco e superpoderoso que é controlado através de Bruce Banner, como se fosse uma nave. A energia desse estranho veículo é proveniente de uma parte da mente da criatura onde Hulk encontra-se aprisionado. Banner controla esse local da mente para que Hulk se enfureça e assim forneça a energia necessária para que o corpo do Hulk tranforme-se numa arma invencível. Porém Bruce não se contenta apenas com a força, ele roubou aparelhos da IMA e do Homem de Ferro pra que ele possa adentrar no microverso. Esse arco foi publicado na revista Avante Vingadores números 1 a 4 entre setembro e dezembro de 2022 pela Editora Panini. 

A ideia de um Bruce Banner muito mais perigoso do que o Hulk é requentada mas isso não me incomoda porque reutilizar enredos é comum nos quadrinhos de super-heróis, desde que o autor saiba utilizar de uma maneira a inserir outros elementos, dando um ar de autenticidade na trama. O que me incomodou na verdade é a maneira como Banner tortura a mente do Hulk para enfurerecê-lo e garantir que o corpo não volte para o tamanho humano e que isso mantenha a força da "nave", quando o corpo precisa de energia, Banner projeta inimigos no local onde o monstro está, esse combate gera a fúria necessária para "abastecer a nave", quanto maior o desafio para Hulk maior é a energia amarzenada. Felizmente Cates aproveita esse mal estar que a leitura causa e coloca como parte da trama com Betty Banner chamando a atenção do seu marido sobre isso. 

Os desenhos de Ryan Ottley tem como característica mais marcante o exagero, sejam das feições repetidas dos personagens que estão sempre gritando, seja pelo excesso de violência ou pelas cenas cheias de explosões. O fato é que a narrativa é bem apressada, talvez com a intenção de servir a um ritmo mais adequado ao leitor do Século XXI. O estilo do traço de Ottley não me atraiu porque há cenas impactantes a cada página e isso acaba retirando a surpresa, faltou o desenhista saber regular melhor a cadência da trama para não ficar parecendo um episódio frenético do Rick e Morty. 

Por falar em narrativa, esse arco se conecta as tramas envolvendo o multiverso que é o grande enredo que une diversas histórias da Marvel nas diferentes plataformas (quadrinhos, séries, filmes ...), ainda que dê aquela sensação de repetição por vários personagens utilizarem o mesmo enredo, aqui gera uma reviravolta que torna a situação interessante.

Hulk Esmagonauta é daquelas histórias de leitura rápida que não tem muito o que analisar. A sequência de acontecimentos é dinâmica mas a situação inusitada consegue prender o leitor em querer descobrir como tudo será resolvido e como vai ocorrer a óbvia reviravolta do Gigante de Jade retomar o seu corpo e vingar-se de Bruce Banner. Esse arco mostra que Danny Cates não tem a pretensão de escrever um clássico do personagem mas busca divertir através do inusitado e de uma sequência de ação rápida. Essa é uma oportunidade para quem nunca leu quadrinho do personagem ter um ponto de partida e também agrada ao leitor experiente que quer ler um quadrinho rápido e sem complicações. 

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