A Saga do Demolidor 6 - Uma página em branco, uma ficha limpa... A busca do Demolidor pela sua identidade!

 


A participação do Demolidor nas consequências da saga mutante Inferno chegou ao fim, coube ao personagem ainda enfrentar os mutantes da Força Federal e o filho de Mefisto junto com o Homem-Aranha, e nessa edição há o retorno de um enredo mais próximo das temáticas urbanas como no início dessa fase. As histórias desse encadernado são uma republicação do material que saiu na maioria das edições de Superaventuras Marvel números 119 a 126 da Editora Abril entre os meses de maio a dezembro de 1992. A Editora Panini publicou essa edição em agosto de 2022. 

Na resenha da edição anterior eu tinha apontado dúvidas sobre o porquê da qualidade dos argumentos terem decaído tanto. Nessa edição a baixa qualidade permanece até a metade do encadernado que traz três histórias bem fora do que a roteirista Ann Nocenti vinha desenvolvendo com o personagem, por isso provavelmente a má qualidades dos argumentos deva estar mais relacionado as histórias que fogem a proposta da roteirista. O encadernado inicia com o Demolidor enfrentando o grupo mutante Força Federal apenas para mostrar aos leitores o contexto de que o governo dos EUA estava exigindo o registro de mutantes e quem se recusasse seria preso. Um outro momento que parece enredo imposto é a aparição do Coração Negro, filho de Mefisto são duas histórias tão ruins que nem a participação do Homem-Aranha numa delas conseguiu aliviar. Já na primeira história o foco é o protagonista ainda vivendo uma confusão mental e utilizando da violência de maneira exagerada. O que há de comum nessas três histórias é a baixa qualidade do roteiro. 

Por outro lado quando a roteirista retoma a sua critica social, o leitor retoma o prazer da leitura. Também pudera, o enredo denuncia os mal tratos aos animais pela indústria alimentícia afim de reduzir custos e ampliar a produção em cima da crueldade na qual os animais são submetidos. Ela aproveita pra fazer um paralelo disso com uma mulher criada modificada artificialmente para satisfazer o proprietário de empresa da indústria alimentícia, uma jovem que possui a sua beleza intensificada e um cérebro programado para servir o seu proprietário como uma escrava doméstica e incapaz de entender o abuso pelo qual estava passando. 

Tudo isso ocorre quando o Demolidor estava buscando uma redefinição após ele ter se isolado de Karen Page pela dor de traí-la. Aqui vemos um Homem Sem Medo inseguro e evitando envolver-se profundamente com pessoas. O retorno a uma crítica social e ao conflito interno do personagem possibilita o retorno as grandes histórias dessa fase que havia sido interrompida. 

A edição traz a capa mais horrível das seis histórias, a Editora aproveitou que o aracnídeo faz uma participação numa história ruim para buscar vender edições para mais pessoas. Isso acaba decepcionando tanto pela qualidade da arte da capa quanto pela história em si. O desenhista John Romita Júnior, também não faz um bom trabalho em histórias de luta contra mutantes e nem quando o cenário é o inferno, quando o foco do enredo retoma o cenário urbano é que o traço volta a ser interessante. 

A Saga do Demolidor 6, quanto a sua qualidade, pode ser dividida em duas, um início com três histórias esquecíveis e em seguida mais três que retomam o excelente trabalho reflexivo que Ann Nocenti vinha desenvolvendo até o encadernado quatro dessa série. Caso o leitor queira ler o que vale a pena, basta pular as três primeiras histórias, até porque há poucos detalhes relevantes para se ver ali. Se você for além dessas páginas, irá se separar com um material que foge do óbvio das histórias de herói e em alguns momentos ironiza a admiração exagerada por armas. 

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Ficha técnica:

Publicado em: agosto de 2022

Editora: Panini
Licenciador: Marvel Comics
Categoria: Edição Especial
Gênero: Super-heróis
Status: Em circulação
Número de páginas: 144
Formato: Americano (17 x 26 cm)
Colorido/Lombada quadrada

Preço de capa: R$ 36,90

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