Esse é um personagem que veio de um futuro onde um homem chamado Andrej Trojan cria uma tecnologia em que ele é capaz de virar um computador vivo e consegue abandonar o corpo físico, lá ele destrói a vida na Terra. Nessa era, Lucas Trent instala a tecnologia no seu cérebro e passa a se autodenominar Meia Noite. De alguma maneira, ele vai parar no Mundo Bélico onde o Superman está preso, mas uma versão dele consegue fugir e voltar ao presente, quando ele pretende impedir Trojan de causar toda a tragédia. Essa história foi publicada pela Editora Panini no mix da revista mensal do Superman números 59 a 62 entre fevereiro e maio de 2022.
Confessa que esse enredo deixou você bem confuso não? O fato é que os roteiros de Becky Cloonan e Michael W. Conrad não alisam e vai fundo no conceito de ficção científica. As histórias saíram originalmente em histórias curtas na Action Comics de 8 páginas e concluindo numa edição especial, a Midnighter Annual 1. Em apenas oito páginas, os autores conseguiam dar um nó na nossa cabeça pra compreender a história e, pra variar, os detalhes foram contados aos poucos nas seis histórias curtas até fechar toda a narrativa no anual.
Um outro aspecto interessante é o fato de Meia-Noite ser homossexual e isso não ser um dado aleatório. A relação do vilão (é assim que ele se considera) com Apolo é muito relevante pra compreender as decisões que ele toma no decorrer da história e, portanto, é relevante para a compreensão da narrativa já que é esse sentimento um dos impeditivos de vir a tornar-se um aparelho de inteligência artificial assim como Trojan.
Os desenhos de Michael Avon Oeming não me atraiu inicialmente porém com a complexidade crescente que a trama vai desenvolvendo, eu percebi que o traço conseguia gerar a estranheza necessária para o quadrinho. Um ponto que é indiscutível é a maneira criativa com que ele prejeta o formato dos quadrinhos e das sarjetas utilizando-os como parte da sua arte.
Meia-Noite O Passageiro é uma ótima história pra introduzir esse personagem tão confuso. Ainda que tudo pareça muito complicado, os autores conseguiram convencer a sua lógica sobre viagens no tempo e de uma tecnologia que mistura mundo real e inteligência artificial. Acho que Meia-Noite tem o tom certo de paranóia que os clássicos da ficção científica possui. Ainda que a maior parte seja de histórias curtas, recomendo uma leitura com muita calma para que seja possível desfazer alguns dos seus próprios conceitos de viagens no tempo para compreender a lógica trazida pelos autores.
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