Falcão de Aço foi um personagem espacial que surgiu nos anos 90. De repente um rapaz havia encontrado uma jóia misteriosa que deu a ele uma armadura em forma de pássaro. O personagem sumiu tão subitamente quanto apareceu, até que durante a mini-série a Guerra dos Reis ele retorna. As suas histórias fizeram parte do mix da revista publicada pela Editora Panini em 2010. Originalmente essa participação consta de duas edições da revista Darkhawk e quatro edições da revista derivada War of Kings: Ascencion.
Chris Powell possui problemas para controlar a sua raiva, um aspecto que torna-se muito mais perigoso quando ele possui uma jóia que ativa uma armadura com armamentos poderosos. Por isso, ele resolve trabalhar técnicas para controlar suas emoções até quando uma pessoa com uma armadura igual a sua cai do espaço sendo caçado por seres misteriosos causando muita destruição. Uma situação que deixa a sua família em perigo e sua mãe em coma.
Sem alternativa Powell resolve seguir esse ser misterioso chamado Garra que sabe muitos detalhes sobre a armadura e está disposto a ensiná-lo, desde que ele consiga controlar a própria raiva. Garra conta que eles fazem parte da Fraternidade dos Rapinantes, uma sociedade de Falcões de Aço e que eles recebem instruções para manter a ordem no universo. Para isso, eles precisam resgatar um objeto de grande poder que será muito útil para a Guerra dos Reis que estava prestes a ocorrer.
O fato dessa história ser originalmente constituída de duas séries, possui qualidades diferentes de acordo com a equipe criativa de cada uma. O roteirista C. B. Cebulski que escreve as duas partes iniciais faz o dever de casa direitinho, mostrando o temperamento do protagonista e a descoberta a respeito das armaduras. Porém é perceptível a diferença quando o roteiro vai parar nas mãos de Dan Abnett e Andy Lanning, o desenvolvimento fica bem mais fluido e passa a segurança de quem sabe exatamente o que quer fazer. Além disso eles inserem como parte das reviravoltas a forma como o leitor passa a ver os personagens, tudo isso apenas pelas descobertas que vão se sucedendo.
É possível que o leitor se decepcione por haver menos de 30% da história diretamente dentro da Guerra dos Reis, porém vejo que foi utilizado o espaço necessário para explicar o posicionamento do personagem na saga, criando uma verdadeira história complementar que tampa buracos narrativos da saga principal. O grande trunfo dessa história está na reformulação do personagem dando detalhes sobre a sua origem alienígena e abrindo brechas para muitas outras histórias.
Já a diferença de qualidade dos desenhos é que o problema. Nas duas primeiras partes Harvey Tolibao e Bong Dado possuem um traço que à primeira vista parece muito bom mas que olhando bem a gente encontra em vários momentos um desenho confuso. Um dos monstros que os Falcões de Aço enfrentam não dá pra entender onde ele começa e nem como ele termina. Eu acho muito estranha a pose dos seus personagens, parece que a qualquer momento eles vão cair em pé. Há momentos que os desenhos ficaram tão ruins que dificultou a minha compreensão da história.
A partir da terceira parte entretanto o lápis fica por conta do capixaba Wellinton Alves que conseguiu suprimir os problemas visuais. Com um traço mais simples e objetivo ele soube deixar a página com a quantidade e intensidade dos elementos necessários pra narrativa ainda que a história passasse a ocorrer no espaço cheio de naves e explosões.
Falcão de Aço Guerra dos Reis é um quadrinho que pode decepcionar quem procura uma história que trate sobre a Guerra do início ao fim. Contudo a forma como os autores foram desenvolvendo-a acabam convencendo que as explicações ali são realmente necessárias. Ainda que o início tenha desenhos que atrapalham a história, vale a pena a insistência. O final abre brechas para que o personagem tenha muitas histórias mas nem sei se isso chegou a ser publicado no Brasil. Um outro aspecto positivo é que o Falcão de Aço aqui consegue ser apresentado muito bem a novos leitores, deixando o personagem dos anos 90 no esquecimento.
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