Estado Futuro - Superman contra o Imperioso Lex

 


O Estado Futuro não é bem uma mini-série em que uma ameaça em comum afeta vários heróis. Trata-se de histórias que ocorrem em algum momento do futuro da DC e que não tem a ver com um universo alternativo. Assim as histórias tanto pode se passar daqui há um ano quanto daqui a alguns séculos. No caso dessa história, ela se passa há algumas décadas a frente quando Lois e Clark já estão com cabelos brancos. A Editora Panini a publicou em dezembro de 2021 na revista Superman 57. 

A Terra faz parte de um conglomerado de planetas chamado Planetas Unidos, são vários planetas que tomam decisões baseadas nas normas estabelecida por um Conselho Interno formado por seres que representam alguns deles. Lex Luthor também tem um planeta pra chamar de seu, o Lexor e que pretende estar entre os Planetas Unidos. Contudo Lexor se destacou em desenvolver robôs que exploram as riquezas dos demais planetas e tem um ditador de estimação sob o seu comando. 

O roteirista Mark Russell é conhecido por trabalhar bem assuntos polêmicos com um humor ácido e certeiro. Contudo a proposta aqui é fazer uma aventura, ainda que tenha elementos da vida real para estabelecer uma crítica social. É uma pena que o autor não tenha sido bem sucedido. Na trama os Planetas Unidos foi uma iniciativa que ocorreu quando os planetas iniciavam um contato mais frequente e a Terra só tinha interesse em explorar quem ela conseguisse, por isso foi feito um acordo de forma a deixar as decisões entre eles mais racionais.

É nítido que a história tem uma Terra com características de um EUA pós Trump e que Lex Luthor governa com toda a manipulação que a extrema direita vem utilizando: messianismo, manipulação de informação e a destruição dos meios democráticos. O governo de Lex Luthor, assim como o brasileiro, não consegue tomar nenhuma decisão que impacte de forma positiva a vida da sua população e foge da sua responsabilidade de governança culpando os governos anteriores. Portanto o enredo é uma péssima notícia em quem procura nos quadrinhos uma fuga de assuntos políticos. 

O grande problema é que o autor provavelmente se sentisse mais a vontade se pudesse brincar inclusive com a imagem do Superman. O personagem tem um símbolo enorme no peito que em si já é bem satírico e abriria brecha pra brincar com a pose do herói, pena que o quadrinho não é sobre isso. Na verdade, mais uma vez reforça a ideia do "grande salvador". Superman consegue chegar a uma resposta melhor do que todos os membros do Conselho dos Planetas Unidos. Quando o herói chega em Lexor, ele reprograma com facilidade os robôs de Luthor (ainda que o vilão seja um gênio com relação também a tecnologia). Aliás toda a história é resolvida com muita facilidade ainda que o planeta tenha um Sol Vermelho que deixa o Homem de Aço enfraquecido. 

Assim Russell não consegue fazer nem uma ótima aventura e nem uma sátira que chegue próximo as suas outras. Essa é uma história bem ingênua e superficial que eu certamente colocaria como recomendação um "proibido para maiores de 15 anos".

Nesse quadrinho nada funciona. O desenhista Steve Pugh traz um traço com personagens de emoções exageradas ou que parece que sempre estão fazendo pose pra uma foto pra colocar no seu perfil no Instagram. Se você tiver a curiosidade de folhear a revista, vai ter a impressão de que é mais uma história bem humorada, o que serve apenas pra acentuar a sua decepção. 

Superman contra o Imperioso Lex tem o lado bom de ser tão inútil que você nem precisa preocupar-se em lê-la para entender o futuro breve do personagem. Ainda que a história insira críticas à tosquice da extrema direita mundial e a forma messiânica como os seus eleitores a enxerga, é uma história com um roteiro infantil em como os problemas são resolvidos. Ainda que a equipe criativa seja a mesma do sucesso Flinstones da DC e Você, aqui ela não conseguiu funcionar de forma alguma. A única utilidade da história é ser um item para os colecionadores. 

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Ficha técnica: 

Formato: 17X26 cm
Idioma: Português
Tipo de Distribuição: Nacional

  • Tradução: Rodrigo Barros
  • Classificação Etária: 12 anos
  • Número de páginas: 96
  • Lombada/Encadernação: Quadrada
  • Tipo de capa: Cartão
  • Data de Lançamento: 17/12/2021


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