O Universo de Sandman O Sonhar - Volume Dois Cascas Vazias


Enquanto o Sonhar está abandonado, Daniel o novo Sandman está experimentando o amor. A ausência do perpétuo coloca o mundo dos sonhos em risco e seus habitantes precisam encontrá-lo. Esse é o segundo encadernado que revisita o mundo criado por Neil Gaiman. A editora Panini publicou essa edição em fevereiro de 2020. 

Rose é uma imortal que vive uma vida hedonista até que encontra Daniel. Em vez de divertir-se com ele, ela arranja um encontro com a sua filha Ivy, uma garota reservada. O encontro deu muito certo e levou a vários outros. Contudo Rose descobre que a sua mãe está com câncer e precisa ser internada e, ao mesmo tempo, não quer estragar esse momento de felicidade de Ivy com essa notícia. Enquanto Sonho se diverte, o Sonhar pena com uma nova entidade que aparece pra botar ordem na casa mas não sabe nem por onde começar já que além de Daniel, Lucien também desapareceu. Comabe a garota sem noção com asas na orelha conhecida como Dora sair procurando o perpétuo por aí. 

Esse encadernado se divide em duas histórias. Na primeira de nome Amor, o roteirista Simon Spurrier traz uma trama tão simples e singela que dá gosto de ler. É óbvio que o enredo se assemelha a uma outra situação de Morfeus, contudo a reação dos personagens é que denota o quanto eles são diferentes. É uma história simples e que talvez por isso tenha me agradado tanto. 

Já a segunda história ambientada no Sonhar o roteiro traz tantas referências a outros personagens que gera um mal estar crescente. Ainda que a proposta de Sandman seja como as diversas culturas ao redor do mundo representam o sonho, Spurrier não se esforça em conduzir a sua história de uma forma agradável. Pelo contrário, é tanta referência jogada que eu não entendia nem mais o que estava acontecendo e nem pra onde aquilo iria chegar. Uma péssima experiência de leitura em que parecia que eu deveria fazer uma pesquisa a cada quadrinho, terminar esse encardenado foi difícil pois a todo momento o que eu queria mesmo era desistir de lê-lo. 

Os desenhos da primeira história são de Abigail Larson que usa de um traço simples mas com personalidade, característica que casa muito bem com a drama. Isso mostra o quanto é possível criar uma boa história com poucos elementos desde que a pessoa tenha habilidade de contá-la. A segunda história é o contrário dessa ideia inclusive nos desenhos. A paulistana Bilquis Evely, que faz uma bela arte , teve o seu trabalho prejudicado com o roteiro ruim. Os seus quadros trazem paisagens repletas de elementos, é tanta coisa acontecendo nos desenhos que a única forma que poderia colocar ordem no caos seriam os balões, mas ao lê-los a gente entende ainda menos o que se passa, eu cheguei a um ponto em que eu nem me importava mais. Além do desafio de Evely ter que representar um roteiro confuso, ela teve que mudar seu estilo em vários momentos indo de páginas mais detalhadas a um estilo noir até chegar num traço surreal, tamanha a variação do roteiro. É uma pena que o texto é tão ruim que ficou difícil até apreciar as imagens. 

O Universo de Sandman O Sonhar foi uma das piores experiências de leitura que eu tive esse ano. O autor parecia querer simplesmente jogar um monte de referência aleatória sem preocupar-se na forma como contaria a sua história. Se o Volume Um já dava um ar de que o autor seria um problema, aqui ele se assume como um contador que interessa em contar história para um público muito restrito. A leitura só não foi completamente descartada pela história inicial que é o oposto da segunda história, uma pena que enquanto a primeira história tem duas partes, a segunda tem quatro. Eu não recomendo essa hq a ninguém e provavelmente comprarei a edição seguinte porque eu sou um verme que gosta de ter coleções completas. 


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Ficha técnica:

Tradução: Érico Assis

 Formato: 17 x 26 cm


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