Garimpando Financiamento Coletivo - Ligeiro Amargor uma História do Chá

 


A Editora Skript publicou no Catarse o financiamento coletivo da obra Ligeiro Amargor: Uma História do Chá escrito pelos roteiristas Ellani e Djai e desenhado pelo marfinense Koffi N'Guessan. Se você está lendo esse texto antes do dia primeiro de maio de 2021, você poderá comprar o seu gibi clicando aqui , lá além da hq há outras recompensas que você pode escolher de acordo com o seu interesse.


"Em Ligeiro Amargor: uma História do Chá vemos a evolução e transporte do produto que hoje está, literalmente, no gosto popular. E acompanhamos todos os conflitos, problemas e prazeres em torno de sua trajetória.
Em um quadrinho sensível e belamente ilustrado, passado e presente se mesclam e dialogam em um roteiro poderoso e imperdível. Para saborear a cada página, de preferência acompanhado de uma xícara do seu chá favorito." (Skript Editora)

O Brasil tem uma publicação de quadrinhos muito centrada nos EUA, desde o início desse século as editoras passaram a investir em material de outros continentes, contudo a gente pode contar nos dedos da mão os países de onde vêm esse material. O leitor brasileiro basicamente consome material vindo dos EUA, Japão, França, Itália, Inglaterra. Para os editores não vale a pena vir material de outro lugar porque "não tem público interessado". O fato é que nem mesmo os editores conhecem o material produzido fora desses países citados. 

Em 2020 eu questionei aqui no blog o porquê de não termos quadrinhos produzidos em África lançados no Brasil já que a publicação de prosa, poesia e filosofia vindo de lá segue de forma crescente. Consumir algo produzido no continente vai além da simples curiosidade, a nossa identidade como brasileiro está tão atrelada com os povos originários, Portugal e Itália quanto com os países africanos de onde as pessoas vieram arrastadas e, por isso, é possível encontrar em alguns dos países africanos similaridades com a nossa cultura, além de ser uma oportunidade de conhecer um vasto mundo de narrativas, talentos e histórias que a gente não faz ideia mas que por lá fazem muito suceasso, sendo inclusive produto de exportação para os diversos continentes. 


É preciso ressaltar que a Editora Skript decidiu ter todo o cuidado que a obra merece. Seria muito simples traduzir apenas a obra do Francês e publicar por aqui. O fato é que o francês é a língua imposta na Costa do Marfim mas o país utiliza de termos próprios além do sentido das palavras poderem ser diferente do utilizado na França. Para isso, a editora convidou o pesquisador Márcio Rodrigues para editar e adaptar a tradução de Maria Emília Faria que possui licenciatura em Francês pela Universidade Federal de Minas Gerais e mestre em tradução literária Português/Francês pela Universidade Lumiére de Lyon na França. Márcio é mestre em História e foi professor do Curso de Licenciatura Interdisciplinar de Estudos Africanos e Afro-brasileiros na Universidade Federal do Maranhão, além de ministrar cursos no You Tube de Quadrinhos Africanos (assista a primeira aula aqui ).

Se você adquirir o gibi pelo Catarse, você vai comprá-lo com 30% de desconto. A campanha é flex, portanto independente do valor arrecatado, a editora garante que você receberá o livro. 



A Editora Skript já foi bem sucedida com a publicação do gibi mexicano Fala, Maria que ficou em primeiro lugar na minha lista de melhores de 2020 e mais uma vez ela aposta em trazer um material de um país pouco conhecido entre os leitores. Eu desejo que a campanha seja um sucesso e que outros gibis africanos venham a ser publicados no Brasil com o mesmo cuidado que esse está sendo produzido. Eu espero muito em breve trazer a resenha de Ligeiro Amargor aqui no blog.


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