Guerra da Trindade - o crossover entre as Ligas da Justiça dos Novos 52


Guerra da Trindade foi um crossover que afetou as equipes que usavam o nome Liga da Justiça e o Shazam (não me conformo em não chamar ele de Capitão Marvel). Essa saga foi publicada originalmente em 2014 nas revistas Liga da Justiça 22, 23 e 24 e Constantine 3 e 4 aqui no Brasil. Um evento que foi a porta de entrada para um outro ainda maior chamado Vilania Eterna.

Superman e Mulher-Maravilha receberam a visita de uma estranha figura que se auto-denominava como Pandora. Assim como na lenda, ela afirmava que havia trazido o mal pro mundo e insistiu para que o Superman abrisse a sua caixa para aprisionar tudo o que ela havia liberado. Ela força o Homem de Aço a abrir a sua caixa e algo parece ter dominado o seu corpo por alguns segundos.

Um tempo depois, a Liga da Justiça recebe a informação de que um herói novo de nome Shazam apareceu no Kandaq, eles decidem ir lá para saber o que esse herói estaria fazendo lá. Esse é um país ficcional do Oriente Médio no Universo DC e que não se dá muito bem com os EUA. Por isso, o governo decide enviar a Liga da Justiça da América para mandar esse monte de estadunidense sair dali antes de gerar um incidente internacional. O problema é que quando todos estão no mesmo lugar, o Superman inventa de matar o Doutor Luz. Sem ninguém entender nada, as duas equipes se enfrentam até que o kriptoniano pede pra ir preso, já que ele acabara de matar uma pessoa sem motivo algum. Com o Superman preso, resta agora saber o que aconteceu e a lembrança de Pandora vêm à tona. Será que o Superman foi dominado misticamente pelo "mal da Terra" ou há alguma outra explicação? Para saber a resposta, a Mulher-Maravilha resolve encontrar os heróis especialista em misticismo, a Liga da Justiça Dark.

Esse crossover envolve as três equipes que carregam o nome "Liga da Justiça" durante a iniciativa Os Novos 52, é preciso entender a diferença entre cada uma delas. Após o Ponto de Ignição, o Universo DC reiniciou e os maiores heróis desse novo mundo reuniram-se e formaram a Liga da Justiça. O governo estadunidense preocupado sobre a atuação desses heróis organizou uma instituição para cuidar dos problemas que os envolvesse, a Argus. A sua comandante Amanda Waller resolveu montar uma equipe para neutralizar a Liga da Justiça caso seus membros viessem a perder o controle. A equipe da Argus recebeu o nome de Liga da Justiça da América e nem todos os seus membros sabiam que estavam seguindo as ordens de Waller. A Argus não estava satisfeita em apenas ter o controle da Liga original e queria estar preparada caso o país sofresse alguma ação paranormal. Assim a agência mecheu uns pauzinhos e influenciou a formação de uma outra equipe de heróis com poderes místicos, a Liga da Justiça Dark. As equipes passaram a entender dos objetivos de cada uma delas a partir dos eventos dessa mini-série.


Os Novos 52 pretendia ser um universo mais pé no chão e traz essa situação ridícula de três equipes com o mesmo nome. Toda a explicação anterior serve para justificar o lançamento de três revistas da Liga da Justiça já que, na verdade, esse nome supostamente garante vendas, pena que também faz uma confusão na mente do leitor, além de não fazer nenhum sentido prático ter três equipes de heróis de mesmo nome.

A Guerra da Trindade ajuda a dar uma luz pra compreender a motivação de cada equipe e garante muitas cenas de conflitos entre eles. A saga inicia com um apelo dramático enorme com o Superman cometendo assassinato mas não consegue segurar essa intensidade inicial no desenvolver da trama. O excesso de personagens garante lindas páginas duplas mas que a maioria dos que ali estão não possui uma finalidade e acaba sendo meros figurantes como as cenas clichês de brigas em filmes.

Os roteiristas Geoff Johns, Jeff Lemire, Ray Fawkes trazem uma história diverdida mas superficial. A personagem Pandora, que está ali para costurar a trama, não é bem definida e não sabemos se sentimos pena ou medo dela. Ao mesmo tempo que ela é ingênua, ela age de maneira impulsiva para defender a Caixa, além de aparecer e sumir dos acontecimentos de forma inesplicada.

Os desenhos são do paulista Ivan Reis, de Doug Mahnke, Mikel Janin e do paulista Renato Guedes. Os traços são bem detalhados e seguem a proposta de Ivan Reis que certamente é o destaque desse crossover.

Guerra da Trindade é um crossover entre as equipes da Liga da Justiça que acaba definindo para cada equipe o papel de cada uma delas. Uma mini-série que inicia de maneira dramática mas que não segura o pique sendo diverdida mas superficial. Além de introduzir a misteriosa Pandora no Universo DC, a saga é pontapé inicial para a saga Vilania Eterna e importante para a sua compreensão. Assim se você a ler sem grandes expectativas, é possível se divertir com a trama. 


Destaques da obra:
- primeira aparição de Pandora
- os heróis descobrem o objetivo de cada uma das Ligas das Justiças
- morte do Doutor Luz pelo Superman
- porta de entrada para a saga Vilania Eterna


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