O Carniceiro dos Deuses mata divindades por diversão e não contente em caçar o deus do trovão em um determinado momento, vai atrás dele em três momentos em que o herói encontra-se em situações completamente diferente. A história foi publicada no Brasil em dois encadernados de capa dura em 2015: O Carniceiro dos Deuses e Bomba Divina.
No passado, Thor ainda não era digno de portar o martelo Mjolnir e estava se preparando para tornar-se um deus, por isso, andava por aí se aventurando com seu machado Jarnbjorn. Quando ele velejava, ele percebe que o deus dos guerreiros que o acompanhava não aparecia quando eles chamavam, até que o seu cavalo alado apareceu sozinho. Afim de encontrar o ser divino, Thor monta no cavalo e segue ao encalço do seu destino, encontrar-se com o Carniceiro Gorr.
No presente, após atender a prece de uma nativa de um outro planeta, Thor descobre que os deuses estavam desaparecendo. Quando ele vai atrás de saber o que estava acontecendo, ele percebe que a resposta é bem pior: deuses estavam MORRENDO! Nesse momento Thor percebe que só poderia uma criatura poderia ter sido a responsável, o Carniceiro dos Deuses que ele havia emcontrado há quase mil anos.
No futuro, não havia ninguém, apenas uma Asgard destruída e um único sobrevivente, Thor um deus deprimido e mutilado que havia perdido um olho e um braço. Para celebrar uma última batalha, Thor se encontra com o Carniceiro dos Deuses.
Se o roteirista Jason Aaron apresenta três perfis diferentes de um único personagem, ele não poderia fazer algo menor com o vilão. O Carniceiro dos Deuses tem a sua origem contada no segundo encadernado denominado Bomba Divina e aqui, vemos o quanto a miséria e diversas tragédias na vida de um ser vai acumulando raiva e revolta pela ausência dos ditos seres que estão por aí para salvar a todos, os deuses. O sentimento de revolta de Goor vai numa crescente até o momento em que ele encontra uma oportunidade para dar a volta por cima.
Após sair matando vários deuses ao passar dos séculos, Gorr encontra uma solução definitiva para matar todos os deuses, independente do período temporal, a construção de uma bomba que, de tão grande, levaria séculos para construí-la.
Essa história é possível ser encontrada em dois encadernados de capa dura que trazem a história completa. A ideia principal do enredo é a crença, aqui o roteirista Jason Aaron retrata o lado divino de Thor como nenhum outro. Ele até traz umas cenas curiosas sobre seres invocando o deus através das suas orações. Se Thor e os demais deuses acalentam o desespero, Gorr é a personificação da descrença e a sua motivação é muito bem explicada e faz com que o leitor se identifique com os seus questionamentos. Como todo vilão bem escrito, Gorr deturpa a sua motivação e a utiliza como justificativa para saciar a sua sede de sangue. Nessa perspectiva da crença, Aaron poderia ter aproveitado para usar alguns dos Thors como contraponto para justificar a importância de crer em algo e como isso motiva vários seres a buscar construir algo melhor nas suas vidas.
Os desenhos são de Esad Ribic com exceção de um capítulo desenhado por Butch Guice. Ribic tem um traço detalhado e expressivo que sabe traduzir bem as emoções dos personagens além de ter uma incrível capacidade narrativa de trazer páginas duplas nos momentos mais dramáticos e nesses momentos surpreende o leitor com uma enorme cena chocante ao virar a página.
Os encadernados Thor O Carniceiro dos Deuses e Bomba Divina se adequam bem a proposta Nova Marvel que é trazer uma perspectiva nova que pode introduzir leitores recentes e agradar os veteranos. Contudo, eu não indicaria para quem está começando a ler hqs. Em vários momentos, só é possível distinguir que a história mudou de um Thor para o outro pela mudança de roupa ou de arma, para quem não é acostumado com narrativa em quadrinhos pode achar isso muito confuso.
Aaron traz um desafio que é criar um enredo em três momentos diferentes e em seguida juntar esses personagens. A construção da história entretanto é tão envolvente que acaba não deixando espaço para indagações costumeiras quando o assunto é viagem no tempo. Um outro aspecto que foge ao comum é a linguagem, Aaron não deixa de usar aquela linguagem rebuscada que aprendemos a apreciar nas histórias clássicas do Thor, mas engana-se se você acha que tudo é só descrição de cena, o roteirista tem uma excelente habilidade de contar histórias e sabe mesclar o ritmo de ação com momentos de maiores explicações. Essa é uma excelente história digna das grandes referências do personagem.
Destaque da obra:
- a história traz o Thor em 3 momentos da sua vida: passado (antes de ser um deus, presente como um Vingador e futuro como deus supremo.
Leia também:
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O poderoso Thor - Árvore da Vida
Ficha técnica:
Thor o deus do trovão - O Carniceiro dos Deuses
Publicado em: outubro de 2015
Editora: Panini
Número de páginas: 132
Formato: Americano/colorido/capa dura
Preço de capa: 48 (valor da reimpressão de 2019
Thor o deus do trovão - Bomba Divina
Publicado em: fevereiro de 2016
Editora: Panini
Número de páginas: 140
Formato: americano/ colorido/ capa dura
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