100 Balas - Atire Primeiro, Pergunte Depois


Dizzy 0Cordova teve a sua vida marcada pela tragédia, parece que o destino queria brincar com a cara dela. Ela havia perdido o filho e o marido num acidente quando ela estava presa, após o assassinato de uma pessoa vítima de uma briga de gangues na qual ela fazia parte. Ela acreditou nisso até que um estranho chamado Graves a encontra quando ela estava saindo da cadeia. Com ele, estava uma arma e cem balas, impossíveis de serem rastreadas e documentos que comprovavam que a morte de seu marido e filho, não foi um acidente, mas um assassinato.

Depois desse dia, a vida de Dizzy nunca mais foi a mesma. Ela tinha o poder de matar as pessoas que destruíram a sua vida, mas ela precisava ter a resposta de alguns questionamentos. Por que mataram o seu marido? Como o agente Graves sabia mais da sua vida do que ela mesma? Por que essas balas não podiam ser rastreadas? Tantas dúvidas não seriam saciadas apenas com a vida dos assassinos. E afinal, quem poderia garantir se Graves estava falando a verdade e quais eram as intenções dele?

Essa é apenas o enredo inicial de 100 Balas, um gibi noir que, a cada resposta, trazia várias perguntas. Uma vida de uma garota da periferia com histórico de sofrimento desde muito cedo, que não desconfiava que haviam armado contra ela, já que em todo o seu entorno havia a tragédia de pessoas que precisavam se virar para sobreviver na Terra da Liberdade que não dava a mínima para uma população pobre.

Esse é o primeiro arco desse gibi de 100 partes escrito por Brian Azzarello, aqui temos as 3 primeiras edições que saíram nos EUA. O arco mostra apenas o início de um mistério crescente que chega até a colonização estadunidense, com uma teoria da conspiração digna de corrente de whatsapp.


Esse arco traz a tríade de personagens que nortearão a trama: Dizzy Cordova, agente Graves e senhor Shepherd, que diz trabalhar pro agente Graves e saber tudo o que está acontecendo. Esse arco, além de apresentar a trama e os personagens principais, tem a intenção de situar o contexto em que a trama acontece, no caso o mundo de exclusão no qual vive Dizzy.

Se você tem pouco tempo para leitura, não leia esse quadrinho. O desenhista Eduardo Risso, além de ter uma incrível habilidade narrativa com luz e sombra, traz em cada quadro detalhes que acrescenta a trama. O que mais me pega nos desenhos é a habilidade de Risso contar em imagens situações de personagens secundários, fora do que está sendo narrado nos respiratórios. Além disso, Risso representa Dizzy com tantas contradições que o seu visual em si demonstra a complexidade dessa personagem. Dizzy tem uma tatoagem de lágrima abaixo do olho esquerdo que traz um ar de inocência além de carimbar o seu sofrimento, porém o desenhista traz um corpo escultural de uma latina cuja sensualidade rivaliza com um potencial para o perigo de quem desde a adolescência teve que sobreviver em casas de detenção e na cadeia.

100 Balas - Atire Primeiro, Pergunte Depois já mostra o potencial surpreendente dessa obra. A situação do mistério de Dizzy sobre a morte dos seus entes queridos parece se resolver mas deixa tantas dúvidas que não tem como o leitor ficar ansioso em ler as edições posteriores. Por isso, essa é uma história excelente, escrita para leitores adultos que é apenas o início de algo grandioso. Essa hq é do selo Vertigo que foi um sucesso de vendas, isso possibilitou a DC a criar uma linha adulta de quadrinhos de investigação denominada Vertigo Crime. Nos próximos textos eu vou trazer os arcos com os acontecimentos mais importantes e com spoilers sobre 100 Balas, já que tudo o que ocorre depois daqui é uma surpresa após a outra.

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Destaque da obra:
- apresenta os personagens Dizzy, Graves e Shephard

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