O Quarteto Fantástico se mandou para o espaço mas não antes de cada um dos membros escolherem os seus substitutos. Assim, o senhor Fantástico escolheu o Homem Formiga (sim, aquele mesmo dos filmes); a Mulher Invisível escolheu a Medusa, rainha dos Inumanos; o Coisa escolheu a Mulher-Hulk e o Tocha Humana escolheu a namorada dele, a cantora Darla Deering. Já que era pra substituir o Quarteto por 4 minutos, pra quê poderes?
Pois é, 4 minutos se passaram e nada de equipe voltar. Nada podia ser pior para o Homem Formiga que tinha acabado de ter a filha morta pelo Doutor Destino e agora tinha que ser o tutor de um monte de criança superdotada da Fundação Futuro. Os minutos passam e tudo fica cada vez mais esquisito, a ponto de um suposto Tocha Humana do futuro retornar e dizer que o resto da equipe morrera. O idoso Johmy Storm além de detalhar como ocorreu a morte dos demais membros da equipe, cita a aliança entre Doutor Destino, Aniquilação e Kang para matar a Fundação Futuro.
Os roteiristas Matt Fraction e Lee Allred propõe um quadrinho diferente do que costumam ser as histórias de herói, mas isso não significa que seja uma narrativa inovadora. Na verdade o enredo traz humor, ironia, aventura e se propõe a ser lido sem ser levado a sério. A leitura me decepcionou porque o que parece ser diferentão na verdade é confuso e mal acabado. Eu tive a sensação que diversos subenredos não foram finalizados e estavam ali aleatoriamente como a presença da Darla Deering na equipe que tem o único mérito narrativo de fazer uma homenagem a uma animação do Coisa dos anos 70 (se você não tem mais mais de 30 dificilmente vai entender a relação).
Porém eu preciso fazer uma observação sobre o capítulo final. Os roteiristas concluem de uma forma tão distoante do resto da obra que vale a pena ler apenas o capítulo final, para quem não consegue ter saco de ler todo a história mea-boca. O final decepciona na obviadade das primeiras páginas mas segue com um diálogo que muda a maneira de entender o funcionamento das Partículas Pym e segue dando uma aula sobre a motivação do Doutor Destino e termina de maneira brilhante. É algo fora do comum ter uma obra de 16 partes e poder encontrar um tesouro narrativo apenas no número 16.
Os desenhos de Michael Allred são tidos como geniais por muitos resenhistas. O fato é que aqui combina bem com a proposta de ser um gibi contraventor de herói. Para mim, isso em si é elogiável mas não conseguiu mecher tanto comigo. Para mim, faltou dosar mais a expressividade dos personagens seja ampliando em alguns momentos ou deixando mais discreto em outros. Assim como o enredo, o traço não ficou claro se tem uma proposta cômica, de drama ou de aventura.
Fundação Futuro da Nova Marvel é uma proposta ousada mas que não satisfaz a expectativa. Essa crítica vale para 15 das 16 edições, contudo eu recomendo a leitores experientes do Quarteto e do Homem-Formiga original a leitura da parte 16 (o negócio é tão bem escrito que vale a pena ler apenas ela). O gancho deixado ao final deixa muitas possibilidades que eu espero que a Marvel não as ignore. Esse gibi foi publicado por aqui nas edições de Universo Marvel 1 a 16 entre os anos de 2013 e 2014.
"Sociopatas imitam virtudes humanas do mesmo modo que gralhas imitam vozes." (Matt Fraction e Lee Allred)
Destaques da obra:
- equipe formada por Homem-Formiga, Medusa, Mulher Hulk e Dara Deering e as crianças da Fundação;
- um dos touperóides da equipe se descobre transsexual;
- Darla Deering transforma-se no Coisa com anéis, inspirado na animação dos anos 80.
- Uma nova compreensão para o funcionamento dos poderes do Homem-Formiga.
- a explicação sobre a personalidade do Doutor Destino
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Fundação Futuro primeiro arco
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