Passaram-se três anos desde que Batman havia sido avistado publicamente. Gotham segue a sua vida e tudo parece em ordem. Isso até um garoto ser perseguido por policiais, o Homem Morcego reaparece mas não está longe de ter a sua agilidade típica, ele é capturado e percebe-se que há algo muito estranho, ele é ELA?!!
A mensagem que fica é que de novo o Batman é dado como morto. Para piorar, não é só ele que desaparece, a Mulher Maravilha em Themiscira é informada que a sua filha Lara foi atrás do pai, o Superman, que se encontrava num bloco de gelo dentro da Fortaleza da solidão.
Nesse início não sabemos onde se encontram os demais heróis, apenas Átomo que estuda uma forma de retirar os kriptonianos da cidade engarrafada de Kandor. O herói descobre uma maneira e se dirige até a cidade. Lá ele constata que tem havido muitas mortes e que uma verdadeira ditadura foi instaurada.
Frank Miller e Brian Azzarello melhoram muito a história em comparação com a terrível Batman Cavaleiro das Trevas 2. A revista foi tão ruim que elementos foram simplesmente ignorados como jornalistas semi nuas em telejornais ou um Jimmy Olsen sem noção. Todavia, a participação dos heróis no gibi anterior é considerada nesse e principalmente Lara, a filha do Superman com a Mulher Maravilha. Por isso, ler a mini-série anterior acaba tendo uma importância para a compreensão dessa, por pior que ela seja.
Esse terceiro volume de Cavaleiro das Trevas apresenta breves situações do que está ocorrendo nos primeiros capítulos, várias páginas quase não possuem diálogos e tem a intenção de gerar expectativa no leitor, uma proposta que ficou longa demais pro meu gosto. Entretanto, quando a trama inicia de fato lá pelo quarto capítulo, a história melhora muito e segue muito bem até o final que usa a solução escapista de um deux ex machina que decepciona.
Miller e Azzarello tocam aqui em assuntos interessantes como a relação de pai e filho entre Carrie e Batman e Superman e Lara mas que foi subexplorada. Um outro assunto que poderia ter sido aprofundado é a situação de idolatria do vilão. É possível ver potencial interessante no gibi que por evitar grandes diálogos acabou ficando superficial.
O desenho de Andy Kubert respeita bem o traço de Frank Miller e traz elementos próprios que deixa cada página linda de se ver. O traço, para mim, é o maior destaque dessa obra.
Cavaleiro das Trevas III - A Raça Superior é um ótimo gibizão de herói, com uma trama interessante e o foco na ação e muita economia nas palavras. Para quem compara com as clássicas histórias de Frank Miller, o quadrinho decepciona. A primeira edição da obra foi lançada no formato mensal entre 2016 e 2017 e conta com uma quantidade excessiva de extra (chega a ocupar 25% da revista). Leia essa revista com a intenção de algo diverdido e despretensioso assim você vai ler uma ótima história com um final preguiçoso.
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