Um contigenciamento de gastos leva a demissão dos vigias do portão do Arkham, logo o Pistoleiro acaba tendo acesso a informações sigilosas que um dos demitidos vendeu por aí. O mercenário está ali para cumprir uma missão: matar o Coringa! O seu gás do riso está sendo utilizado por um farsante que se diz deus (ou melhor Zeus), com muitas ações de benefício social, ele se faz de gente boa para vender uma droga que mistura os componentes do gás do riso com ecstasy, o que leva a morte de vários jovens dispostos a conhecer qualquer novidade.
O Pistoleiro chega muito perto de matar o Palhaço do Crime se não fosse um mascarado para intervir. Não, não foi o Batman. Um estranho com um alvo na máscara que repete as onomatopéias dos sons que está ocorrendo. Como o nome dele não é mencionado, entende-se que Cacofonia, por ser o título da mini-série, é o nome dele.
O conflito entre os três vilões gerou explosões que atraiu o Batman mas que não conseguiu conter a fuga de Cacofonia e Coringa. O Cavaleiro das Trevas vai detetivar com o que tem e descobre que esse novo vilão tem a nóia de querer matar herói sem poder e que o Coringa não passa de uma isca pra atrair o Batman para a caçada.
A história conta com o roteiro do cineasta Kevin Smith que tem como destaque os diálogos. Pra quem gosta de pouco texto quando lê quadrinhos, é melhor parar por aqui. Smith usa balões enormes e tem um bom conteúdo para por ali dentro. Existe um conteúdo meio que escondido nessa história, o Coringa aparece lendo o livro A Nascente da escritora russa Ayn Rand, o livro fala de um personagem controverso que alguns leitores o vêem a sua característica subversiva como algo a ser admirado e outros o vêem como alguém que merece repúdio, eu não li a obra mas pesquisei essa resenha onde você poderá se informar bem melhor, o fato é que esse livro não foi inserido na história por acaso, o interesse do Coringa nessa leitura pode designar que além de que o autor queira mostrar que o vilão pode ser uma figura bem mais complexa do que um sociopata com humor mórbido mas um trangressor dos modelos sociais. Como eu não li a obra, eu não vou me alongar nas minhas suspeitas mas fica a indicação de que o autor de Batman Cacofonia faz um convite para ir além dessa leitura.
A história gira em torno desses 3 personagens Batman, Coringa e Cacofonia. Apesar de trazer o nome da mini-série, o vilão está ali para ser apresentado e para nortear o rumo do mistério. Kevin Smith conclui a trama com uma longa conversa do Batman com o Coringa sobre a morte e a motivação de ambos.
O desenhista do título é Walter Flanagan, um amigo de muito tempo de Kevin Smith que contribuiu para seus filmes. O seu traço conserva um tom cartunesco e bem expressivo. O seu foco nas caras-e-bocas dos personagens vem ao encontro de uma trama cujo destaque são os diálogos.
Batman Cacofonia é uma mini-série em três partes que foi publicada em 2009 em um único volume. Apesar de eu não indicar como uma referência de embate entre Coringa e Batman, ela é uma ótima história por seus diálogos. A história me encanta pela diversão em si de uma história de herói mas está longe de ser um clássico como a quarta capa sugere. Uma outra qualidade da história é em apresentar um novo vilão para as histórias do Batman, ainda que seja apenas para mostrar suas características e não citar as suas origens. A minha recomendação fica dependendo da intenção do leitor: se você está interessado mas melhores histórias do Batman ou histórias clássicas com o Coringa, não leia. Agora se você quer uma boa diversão bem escrita, vale a pena.
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