Batman - Eu Sou Gotham

Aqui inicia a fase Renascimento da revista do Batman, um início que se deu em 2017 no Brasil e continuou até 2018. Essa fase também é conhecida pelo argumentista da revista, Tom King, que foi além da fase Renascimento e permanece com o personagem até os dias atuais.

O Renascimento foi uma reposta a DC ao fracasso que foi o reinício da cronologia chamado Os Novos 52. Se o reboot trouxe uma proposta de novas origens e personagens, o Renascimento traz a volta do universo tradicional e uma promessa de uma explicação para toda essa confusão.

Para entender o Batman de Tom King não é imprescindível a leitura de fases anteriores, contudo as várias referências de avontecimentos anteriores são um presente aos antigos leitores.

O titulo do arco "Eu Sou Gotham" visa definir o personagem e o título "Eu Sou ..." será utilizado em arcos posteriores pelo mesmo motivo. Eu preciso dizer que Tom King não pretende criar um Batman pra chamar de seu, o autor pesca alguns elementos utilizados por outros e apresenta aquele personagem, segundo a sua visão.

Já nas primeiras edições já presenciamos uma contradição no personagem que, ao mesmo tempo em que ele assume a responsabilidade em resolver qualquer tragédia, ele é um indivíduo que não regula muito bem. O Homem Morcego vivencia a sua humanidade e isso é o maior destaque na abordagem de Tom King.

Então vamos ao arco publicado em Batman edições 1 a 3 em 2017: Por mais que o Cavaleiro das Trevas queira, ele não pode resolver tudo sozinho. Assim aparece dois novos personagens: Gotham e Gotham Girl que são tipo um Superman e uma Supergirl inesperientes vestidos de preto. A origem deles mostra o tamanho da influência de Batman sobre cada habitante da cidade, isso faz com que a cidade sombria de Gotham se assemelhe ao seu principal defensor. Os primeiros vilões que a dupla vai enfrentar são o Pirata Psíquico e Hugo Strange que acabam manipulando as emoções dos jovens heróis.

O arco é excelente com uma narrativa bem rápida, consegue gerar um bom impacto ao leitor. Em Batman, Tom King não costuma utilizar longos balões de diálogo, isso acaba valorizando muito os desenhistas David Finch e Mikel Janin que utilizam de quadros enormes e páginas duplas para valorizar a  sua arte com muita cena de impacto. O roteirista prefere utilizar umas sacadas dentro dos diálogos que faz com que o fã mais antigo perceba uma homenagem ou uma constatação que parecia óbvia mas que nenhum outro autor havia percebido.

A fase Renascimento portanto é uma boa porta de entrada para quem nunca leu o personagem e quer ter contato com histórias mais atuais. Eu recomendo a todos!

OBS: APÓS A IMAGEM TEM SPOILER!



Destaques da obra:
- início da fase Renascimento em Batman
- morte do herói Gotham

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