Ao final da saga Guerra Civil, houve modificações no Universo Marvel, o status quo agora definia que qualquer ser uniformizado teria que se registrar junto aos órgãos do governo contrário caso contrário, seria tratado como criminoso. Os Thunderbolts teve a sua equipe redefinida e de total submissão ao governo. Com o desaparecimento do Barão Zemo, que fundou e liderou a equipe, Norman Osborn foi designado para liderar a nova equipe. Ela conta com os veteranos Soprano, Rocha Lunar, Espadachim e Homem Radioativo além dos novatos Suplício (o Speedball com novos poderes e afetado emocionalmente), Venom (habitando o corpo do Escorpião) e Mercenário (que age de forma intocada pro governo não admitir que ele está na equipe).
A premissa dessa nova equipe é bem diferente da primeira ainda que seja formada também por vilões. Agora em vez de estarem em busca de redenção, cada um deles tem um motivo diferente pra estar ali, seja pra se livrar de um presídio, seja pra ter uma bom salário mensal, seja por chantagem ou seja por ter um grande sentimento de culpa. Norman Osborn é quem faz as negociações individuais e impõe as suas normas. Fazer parte da equipe não é uma simples escolha, no corpo dos membros há nanorobos que podem dar uma alta descarga elétrica como aleijar em caso de desobediência.
A primeira missão da equipe é a captura do ex-parceiro do Capitão América (que foi tratado como terrorista por sua oposição a lei de registro) chamado Jack Flag, um personagem que esteve presente nos anos 90. Jack Flag não resistiu a usar o uniforme quando viu um crime ocorrer próximo aonde ele morava, com a isca no anzol, basta chamar os heróis do governo para a apreensão sob o monitoramento de diversas câmeras de canais de TV transmitindo ao vivo. Adicione a esse circo muitas fake news transmitida pela interlocutora Rocha Lunar afim de dar uma tramadicidade de um perigo que Jack Flag não representava.
O argumentista Warren Ellis faz um gibi que é só emoção, seja na tensão antes das missões com a maneira como Osborn lida com cada um, conseguindo impor as suas ordens com o medo que ele gera, além disso, a gente tem a impressão de que a qualquer momento o cara vai surtar de vez e sair voando no jato planador, principalmente quando algo o lembre do Homem-Aranha. Nas missões a violência é desenfreada como se espera de uma equipe que conta com o Venom, numa versão extremamente selvagem, e o psicopata do Mercenário. O paraibano Mike Deotado traz um traço tão realista que temos a impressão que estamos diante do roteiro de um filme. Nós percebemos isso nos inusitados ângulos da câmera, nos closes que denotam a intensidade das emoções dos personagens. Para os quadrinhos, a excelente arte do Deotado utiliza um enquadramento que muda constantemente e chega a se conentar com a narrativa, como quando um dardo pontiagodo é arremessado e o quadrinho tem as suas laterais na diagonal como se intensificando a velocidade do arremesso do objeto.
Esse arco foi publicado pela primeira vez no Brasil na revista mensal Universo Marvel nas edições 33 a 38 em 2008. Thunderbolts de Ellis e Deotado seguramente é o melhor material da equipe que você poderá emcontrar, não é a toa que o desenhista considera o trabalho que ele mais gostou de fazer para a Marvel. Essa é um misto de aventura com terror que inicia um momento negro para Univerdo Marvel em que os vilões conquistam a confiança da população, algo que lembra e muito a contra-cultura presente no atual governo no Brasil.
Destaques da obra: (após a imagem haverá spoilers)
- inicio da fase de Warren Ellis e Mike Deotado
- entram para a equipe Venom (no corpo do Escorpião, Suplício (Speedball atormentado pela culpa e com novos poderes) e Mercenário.
-Equipe comandada por Norman Osborn
- Ao final do arco Mercenário fica mudo e paraplégico
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