Quarteto Fantástico na Guerra Civil

Os Novos Guerreiros, durante uma captura de vilões, cometem um erro que leva a mortr de várias pessoas. Esse é o estopim de uma crescente reação de desconfiança aos super-heróis, o Quarteto Fantástico havia invadido a Latveria, os Vingadores se apresentaram com uma nova formação sem o conhecimento do governo. O resultado disso é uma lei aprovada em que determinava que todos os seres superpoderosos deveriam revelar a sua identidade para o governo, a partir dali quem não o fizesse, seria tratado como criminoso. Isso dividiu a comunidade super-heróica e as pessoas se posicionavam contra a a favor a Lei de Registro.

Com esse palco montado, o Quarteto Fantástico foi afetado no cerne da equipe. Esse arco mostra as repercussões e a decisão de cada um dos membros. O Tocha Humana havia sido espancado e estava em coma, ainda no hospital o Senhor Fantástico e a Mulher Invisivel discutem. Reed manifesta publicamente a decisão de apoiar a Lei de Registro sem consultar a equipe. Sue discorda que de uma hora pra outra heróis que arriscaram sua vida pra salvar pessoas sejam considerados criminosos de uma hora para outra. Para o Coisa a situação é bem diferente, ele acha que a lei está errada porém ele é um patriota que respeita as decisões do governo. Assim, tal qual os eleitores que votam nulo, Ben Grimm não se posiciona, porém engana-se quem acha que ele vai ficar twitando críticas aos dois lados, o Coisa vai para as ruas, ajudar os inocentes nos estragos que a Guerra vem causando. Porém ele não tem sangue de barata para se calar diante de tanta irracionalidade, ele dá um esporro aos heróis em guerra e toma uma decisão própria, sair do país.

Esse arco encerra a fase de Straczynski na Primeira Família da Marvel e foi publicado pela primeira vez no Brasil em 2007 nas edições da revista mensal Universo Marvel entre as edições 26 a 30. O argumentista não foi tão brilhante, apesar de ele deixar umas boas contribuições que não foram desenvolvidas devido a participação da equipe em sagas próximas quando ele assumiu os argumentos. Dentre as suas contribuições, está a influência da personalidade de cada membro para a manifestação dos seus poderes, o posicionamento de cada membro durante a Guerra Civil e a revelação de que Reed Richards mantinha um quarto escondido em que ele fazia extensas equações pelas paredes afim de prevê as ações da humanidade e assim embasar as suas decisões (um detalhe que foi muito explorados pelos autores seguintes que assumiram a revista).

Esse arco começa muito bem, o autor coloca excelentes argumentos contra e a favor a Lei de Registro de Super Humanos, criando um clima de tensão tamanho que desestrutura a equipe. O enredo mostra que existem ideias que são inegociáveis por tocar em valores essenciais que as pessoas não querem abrir mão. Reed acredita que um herói deve defender as leis aprovadas ainda que ele discorde delas, Sue por outro lado, acha que é preciso respeitar a decisão de quem é contra a lei, já que é a sua vida e das pessoas que ele ama que corre risco. Como considerar criminoso quem dedicou uma vida a salvar pessoas? 

Esse embate me faz lembrar das eleições aqui no Brasil em que pessoas queriam o fim da corrupção (que é uma ideia nobre) mas foram levadas a acreditar quea defesa de ideias progressistas levavam a eleger criminosos e que o caminho estava em eleger pessoas para cargos no poder executivo que nunca haviam sido gestores e que defendia ideias conservadoras. De um outro lado, havia pessoas contrárias a quem defendia a vergonhosa ditadura militar e que achava que as minorias tinham conseguido privilégios. O resultado disso foi a vitória da extrema direita para presidente por uma diferença de dez milhões de votos, apesar disso, 42 milhões de pessoas não votaram em nenhum dos dois candidatos e, assim como o Coisa, via problemas nos dois lados.

O arco Guerra Civil apesar desse excelente começo não se desenvolve como a gente espera, o autor dá uma perspectiva de humor bem sem graça para o Coisa que vai para Paris e deixa para o autor seguinte concluir a situação da equipe que havia ficado desestruturada. Mike McKone se encarrega dos belos desenhos bem detalhados tanto quando a câmera pega um plano bem aberto, quando o foco é no rosto do personagem e a sua expressão facial. Portanto, apesar de não ser um arco bom do começo ao fim, a participação do Quarteto Fantástico na Guerra Civil vale a pena.

Destaque da obra:
- É revelado a sala onde Reed Richards calcula equações para prever as ações da humanidade

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