Quem vai ao cinema não consegue ficar sem ver algum trailer de filme baseado em HQs. Essa realidade também ocorre pra quem assiste séries e até nas animações. Os personagens de quadrinhos estão mais presentes do que nunca, mas como isso influência a produção de quadrinhos?
Vamos voltar aos anos 90, quando a série animada dos X-Men gerou um sucesso estrondoso. O número de revistas mutantes cresceu tanto que aqui no Brasil ocupava mais da metade da publicação das revistas da Marvel. Haviam vários grupos mutantes (so os X-Men eram duas equipes, a azul e a dourada). Todo o mercado estava voltado para atrair esses telespectadores, porém essa preocupação não foi diretamente proporcional a qualidade. Nessa década, os desenhos eram voltados aos corpos esculturais dos personagens juntamente com monstros enormes, as histórias possuíam um roteiro raso, uma desculpa qualquer para batalhas com muitos raios.
A DC não tinha mutantes, por isso entrou numa decadência tal que sacrificou os seus icones: matou o Superman, aleijou o Batman, enlouqueceu o Lanterna Verde, fez a Mulher Maravilha ir a missões por dinheiro. Aproveitando isso tudo, alguns desenhistas resolveram abandonar as grandes editoras pra seguir o desenhista Todd McFarlane e criar uma nova editora com espaço pra mini universos autorais. Assim surgiu a Image. Aproveitando o nome, a editora seguia uma ênfase aos desenhos em detrimentos dos argumentos. Uma grande produção de personagens que eram cópias dos X-Men ou dos Vingadores se seguiu. Um sucesso repentino porém muito curto.
As grandes indústrias dos quadrinhos poderiam ter entrado numa crise terrível se não fosse por uma produção da DC que corria caladinha por fora mas ganhava cada vez mais adeptos: o selo Vertigo. Esse selo mostrava o contrário do que o mercado exigia: artistas desconhecidos ingleses, uma valorização dos argumentos em vez dos desenhos e não utilizava heróis ou se utilizava mostrava um aspecto bem além da luta do bem contra o mal.
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