Totalmente Diferente Nova Marvel: teoria sobre esse fracasso


Com o fim das Guerras Secretas, inicia um Universo Marvel diferente, na verdade, Totalmente Diferente Nova Marvel. A concepção tem início com a Nova Marvel (Marvel Now) em 2012, as mudanças continuaram com o Totalmente Nova Marvel até chegar no que eles pretendiam com a iniciativa mais recente. Mas em que se basearam essas mudanças? Qual o impacto dessas mudanças para o mercado?

A principal ideia dessa iniciativa era que os heróis da Marvel tivesse uma maior diversidade e que as minorias estivessem mais presentes. A Marvel já tem um alcance mundial e a proposta era que diferentes pessoas em todo o mundo encontrasse personagens com quem poderia se identificar. Assim, os vários homens brancos cristãos iriam dar lugar a mulheres, negr@s, latin@s, mulçuman@s. A questão homossexual entrou, porém ainda de forma muito tímida, eu conheço apenas o caso do Homem de Gelo.

O conceito da representatividade das minorias é uma excelente ideia. Hoje na indústria de entretenimento não se concebe mais filmes, séries e desenhos com apenas homens brancos. Porém a forma como foi feita pela Marvel foi difícil de agradar.

A Marvel não é chamada "A Casa das Ideias" à toa. Proposta de um universo diferente e mais próximo da realidade foram feitas outras vezes. Em 1986, surgiu o Novo Universo, seria heróis com poderes limitados e qualidades e defeitos similares a qualquer um que não iria ter contato com o universo Marvel tradicional. Na virada do século, foi criado o universo Ultimate. Com o sucesso da repercussão do filme dos X-Men e a proximidade de um novo século, propôs criar um universo aos novos leitores e que seus personagens tivessem histórias mais próximas da realidade. Ambas as propostas era de universos paralelos, ao final elas tiveram seus personagens incorporados ao universo Marvel tradicional.

A Totalmente Diferente Nova Marvel não é um universo paralelo e nem um reboot (reinicio). A proposta é ter os principais personagens Marvel e dar a eles outros alter egos. Lembre-se que se fala de personagens com mais de 50 anos de existência. Quem iria comprar essa ideia? O leitor antigo que acompanha esses heróis desde criança e hoje são pais ou avós? O leitor novo que foi fisgado pelos filmes e seriados? Nenhum deles! O leitor antigo alimenta um saudocismo e não aceita que seu personagem mude radicalmente. O novo leitor acabou de sair do cinema ou terminou imã temporada do seriado e quer conhecer mais daquele personagem.

Os lojistas manifestaram-se publicamente e expusseram o fracasso de vendas que foi essa iniciativa. Associado a isso, são as frequentes sagas que prometem redefinir o universo. O mercado cansou de medidas sensacionalistas e respondeu com quedas seguidas nas vendas. A Marvel hoje é obrigada a assistir a DC se impondo nas vendas ao resgatar o seu universo com o Renascimento.

A maneira dessa iniciativa ter sido um sucesso poderia ser a convocação de consagrados argumentistas ter reformulado os personagens  em mini series deixando ganchos pras equipas criativas desenvolverem. Uma outra ideia e a melhor seria a criação de outros personagens ou o resgate com maior ênfase de personagens antigos que estão na geladeira e se enquadram com a proposta.

A Marvel erra ao dar ênfase demais a alguns personagens de maneira forçadas, seja de algum que seja sucesso no cinema, seja um em que ela propõe que ele tenha um maior protagonismo no universo. Com o sucesso de Deadpool hoje ha várias revistas com ele. Ele tem revista solo, revista com outros Deadpools, mini-série com persinagens Marvel, revista mensal com o Homem-Aranha e está nos Vingadores. Como não se cansar dessa imagem? A Capitã Marvel seria a proposta feminina de importância, assim ela comanda a Tropa Alfa, está na Força V  (equipe so com Vingadoras), está nos Supremos e na revista dos Vingadores. Depois fracassa e alguém argumenta que "viu só como equipe chefiada por mulher não da certo?"

O fracasso levou a Marvel a retomar seus personagens principais ao que era e propor criar menos grandes sagas. Os quadrinhos precisam de renovação e ousadia e que bons tempos venham para a editora e seus leitores.

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